Um grupo de jovens escoteiros se encontrou na Praça de São Pedro para rezar pelo fim do conflito na Ucrânia
Da Redação, com Vatican News
Cerca de mil jovens de grupos escoteiros italianos se reuniram para rezar pela Ucrânia, pedindo a Deus o fim dessa guerra. O encontro foi realizado na Praça de São Pedro no Vaticano, nesta quarta-feira, 2, e teve início por volta das 21h.
A Associação Italiana de guias e escoteiros católicos (Agesci) esteve à frente da iniciativa, atendendo o convite do Papa Francisco para jejuar e rezar pelos ucranianos na Quarta-feira de Cinzas. Os jovens cantavam, seguravam velas e tochas e fizeram meditações durante a vigília, que duraram cerca de uma hora. Eles rezaram pela paz e pelos conflitos da humanidade.
A oração comunitária que se tornou um grito forte ao céu, para implorar “de Deus aquela paz que os homens não conseguem construir”, escreveu o Papa Francisco em sua homilia para esse dia 2 de março , iniciando Quaresma. A mensagem do Santo Padre lida pelo secretário do Estado Vaticano, o cardeal Pietro Parolin.
Veja na íntegra:
.: Homilia do Papa Francisco – Quarta Feira de Cinzas 2022
Agentes da paz
O centro da vigília dos escoteiros foi a leitura do Sermão da Montanha no Evangelho de São Pedro, um momento de reflexão que se tornou emocionante, quando essas mesmas palavras ressoavam em ucraniano no frio da Praça São Pedro. Os organizadores também incluem a história de Caim e Abel do Livro do Gênesis, aquela das “raízes do mal” em que o homem, nomeado guardião de seu irmão, torna-se seu assassino, descobrindo a violência e o pecado. Palavras que são explicadas por outras palavras, incluindo da Encíclica de Francisco, Laudato si’: “Quando todas estas relações são trocadas, quando a justiça mais habita na Terra, a Bíblia nos diz que toda a vida está em perigo”.
Como João Paulo II, construindo a paz
A vigília prosseguiu com a oração do Salmo 31, com a leitura da coleta para a missa em tempo de guerra, com as palavras do profeta Isaías e com a oração universal das intenções que vão desde às Igrejas do mundo inteiro aos refugiados, às vítimas, aos mais frágeis e vulneráveis que estão fugindo do horror, e aos que não puderam ou não quiseram fugir. Era tarde da noite quando as velas foram apagadas no frio e com o conforto no coração de ter feito novamente suas palavras de João Paulo II: “Rezar pela paz abrir o coração humano diante do poder renovador de Deus”.
Foi uma iniciativa simples, tão simples quanto o estilo escoteiro, mas ao mesmo tempo uma resposta forte e clara, mais forte que as bombas, porque, como o Papa nos lembra muitas vezes, o Senhor escuta as orações de todas as suas criaturas, inclusive dos escoteiros que estavam ali na praça, cansados, com os olhos vermelhos de sono, prontos para irem à escola no dia seguinte.