SOLIDARIEDADE

Igrejas asiáticas expressam proximididade aos ucranianos

Enquanto a Rússia segue atacando a Ucrânia, o pedido do Santo Padre nesta Quarta-feira de Cinzas por preces e jejum pelo fim da guerra ecoou junto aos cristãos e católicos em todo o mundo

Da redação, com Vatican News

Foto: Sinos de diversas igrejas tocam em uníssono em toda a Europa para mostrar solidariedade com a Ucrânia / Foto: Reprodução Reuters

Muitos líderes de igrejas asiáticas demonstraram sua proximidade aos ucranianos e se mobilizam pela paz. Entre eles está, inclusive, a igreja japonesa.

Japão

“Muitas vidas agora estão sob risco. É nosso dever, como filhos de Deus, proteger o dom da vida”, disse o arcebispo Isao Kikuchi, de Tóquio, presidente da Conferência Episcopal do Japão (CBCJ). “Peço que os líderes russos parem com a invasão na Ucrânia e estabeleçam o caminho da paz por meio do diálogo”, afirmou em um comunicado oficial.

O arcebispo expressou preocupação de que a decisão de uma grande potência mundial de invadir um país independente não apenas coloque vidas em risco, mas também tenha um tremendo impacto negativo na futura ordem mundial. O arcebispo Kikuchi pediu aos líderes políticos que busquem uma solução por meio do diálogo.

Dom Bernard Taiji Katsuya de Sapporo, presidente do Conselho Católico do Japão Justiça e Paz, recordou as palavras de São João Paulo II, em 1981, no memorial de Hiroshima: “A humanidade não está destinada à autodestruição. As diferenças de ideologias, aspirações e necessidades podem e devem ser eliminadas e resolvidas por outros meios que não a guerra e a violência”, ponderou à época.

Mianmar

Em Mianmar, onde uma junta militar opressora continua a esmagar o povo, um bispo católico convidou seus fiéis a rezar e jejuar durante a Quaresma pela paz na Ucrânia e em seu próprio país.

São irmãos e irmãs para quem devemos abrir urgentemente corredores humanitários. Eles devem ser bem-vindos”, disse o bispo Alexander Pyone Cho, de Pyay, em uma carta pastoral no domingo, 27, referindo-se aos ucranianos. “Que as armas fiquem em silêncio. Deus está com os pacificadores, não com aqueles que usam a violência. As pessoas são as reais vítimas, que pagam pela loucura da guerra com a própria pele”.

Os militares de Mianmar, um grande aliado da Rússia, apoiaram a invasão da Ucrânia como “justificada”. No ano passado, a Rússia apoiou a tomada de Mianmar pelos militares e realizou acordos com a junta desde o golpe.

No fim de semana passado, ativistas em várias cidades de Mianmar realizaram protestos segurando cartazes declarando “Somos solidários com o povo da Ucrânia” e “Condenamos a Rússia”.

Filipinas

Nas Filipinas, Dom Pablo Virgilio David de Kalookan, presidente da Conferência Episcopal das Filipinas (CBCP), pediu orações para que o Senhor “mova as consciências do povo russo” para que eles mesmos tomem as “medidas necessárias para para pressionar seu governo a parar a guerra que começou”. “Ninguém está feliz com a guerra, exceto aqueles nas indústrias de armas que obtêm enormes lucros e se beneficiam das disputas entre as nações”, escreveu ele em uma carta pastoral no domingo.

Dom Pablo ainda argumentou: “O próprio Senhor nos ensinou que não há outra maneira de combater as seduções do diabo, especialmente entre aqueles que são obcecados por poder, riqueza e fama, além da oração, jejum e atos de caridade”.

Coreia

Na Coréia do Sul, o arcebispo Peter Chung Soon-taick, de Seul, enviou uma mensagem de solidariedade em nome dos católicos locais à Igreja da Ucrânia, juntamente com ajuda emergencial em dinheiro para ajudar idosos e crianças em abrigos.

Dom Peter disse que ficou comovido com um vídeo em que crianças pequenas aparecem tremendo de medo e frio no metrô gelado. “Dói meu coração ver a realidade da guerra”, disse ele, pedindo orações para que “as armas silenciem”.

Hong Kong

Em Hong Kong, o bispo Stephen Chow Sau Yan expressou grande preocupação e profunda tristeza pela perda de vidas e propriedades causadas pela invasão russa. “As manobras militares e a manipulação dos poderes políticos estão acabando com a esperança dos ucranianos de paz e estabilidade em sua terra natal”, disse em um comunicado à imprensa.

“O poder de orações sinceras em massa”, enfatizou, “pode alcançar o que está além da imaginação humana”, reiterou.

Índia

Na Índia, o cardeal Oswald Gracias, de Bombaim, também lembrou aos fiéis o chamado do Papa. No início da Missa da Quarta-feira de Cinzas, o cardeal, que é presidente da Conferência Episcopal Católica da Índia (CBCI), disse: “Os ucranianos também são nossos irmãos e irmãs. Estamos em uma situação de paz e segurança. Podemos imaginar as dificuldades pelas quais eles passam, sem saber quando sofrerão ferimentos, os efeitos dos bombardeios etc. Vamos orar, portanto, pela paz”.

Mais cedo, no domingo, 27, Dom Oswald disse ao periódico AsiaNews que “um conflito é sempre algo dramático”. O religioso espera que a paz prevaleça em toda a área e não leve à escalada de conflitos e perda de vidas. “Realmente rezamos ardentemente para que todos vejam a falta de sentido da violência e a necessidade de paz para torná-lo um mundo melhor.”

O arcebispo indiano Felix Machado de Vasai também expressou sua proximidade com o povo sofredor da Ucrânia. “No mundo de hoje, a guerra não pode ser restrita a uma região. Nossos corações estão com aqueles que estão sofrendo, há tanto sofrimento e isso terá consequências para todos nós. Que o Senhor tenha misericórdia de todos nós.”

O cardeal se juntou às Igrejas Cristãs da Índia e uma declaração conjunta exortando seus fiéis a orar pelo povo sofredor e pela paz incondicional na Ucrânia. A CBCI, o Conselho Nacional de Igrejas da Índia (NCCI), o órgão máximo das igrejas protestantes e ortodoxas e a Evangelical Fellowship of India (EFI) disseram que estão se juntando aos líderes da Igreja para pedir “uma mudança de corações e mentes, para a desescalada e para o diálogo em vez de ameaças”.

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