Santa Sé

Irmã Adélia e padre João Maria: causas de beatificação chegam a Roma

Processos foram concluídos em fase diocesana e entregues à Congregação para a Causa dos Santos; Irmã Adélia pode tornar-se a primeira santa pernambucana

Da redação, com CNBB NE2

Irmã Adélia Carvalho e Padre João Maria / Foto: Divulgação dioceses

As documentações dos processos de beatificação do padre João Maria Cavalcanti de Brito e Irmã Adélia Carvalho foram entregues nesta quarta e quinta-feira, 16 e 17, à Santa Sé. A fase diocesana dos processos, feitos na Arquidiocese de Natal (RN) e na Diocese de Pesqueira (PE), foi concluída e o material foi levado ao Vaticano pelo postulador das duas causas, frei Jociel Gomes.

Os processos serão agora analisados pela Congregação para a Causa dos Santos, no Vaticano, com perspectivas de serem reconhecidos por suas virtudes e, posteriormente, venerados pela Igreja. Ao dicastério romano caberá verificar se os processos ocorreram de acordo com as normas da Santa Sé para a emissão do decreto de validade jurídica e, em seguida, a nomeação do relator responsável pela “Positio” de ambos. Irmã Adélia é candidata a ser a primeira santa pernambucana.

Nova fase e Ano Jubilar

O padre João Maria nasceu em 23 de junho de 1848 na Fazenda Logradouro, na época zona rural do município de Caicó (RN), hoje Fazenda Três Riachos, na cidade potiguar de Jardim de Piranhas. Depois de ordenado presbítero no Ceará passou a ser conhecido como “anjo de Natal” devido ao seu trabalho com os mais necessitados. Toda sua trajetória com destaque para as ações de convivência com o Semiárido nordestino e de luta contra a varíola renderam uma extensa documentação que está organizada em três caixas.

O material com os documentos sobre o padre foi apresentado no último dia 9, em cerimônia na Catedral Nossa Senhora da Apresentação, pelo arcebispo de Natal, dom João Cardoso. Essa etapa marcou a conclusão de um trâmite entre a arquidiocese e a Santa Sé que começou em 2002. O ato também abriu as comemorações do Ano Jubilar em memória aos 120 anos da morte do sacerdote.

Primeira santa pernambucana

No último domingo, 13, foi a vez da Diocese de Pesqueira celebrar com o Instituto das Religiosas da Instrução Cristã o encerramento da etapa local da causa de beatificação e canonização da irmã Adélia. O evento seguido de Santa Missa teve lugar no Teatro Madre Chantal, no Colégio Damas, no Recife, e foi presidido pelo bispo e secretário da CNBB Nordeste 2, dom José Luiz Ferreira Salles.

Candidata a ser a primeira santa pernambucana, irmã Adélia quando criança presenciou a aparição de Nossa Senhora nos anos de 1936 e 1937, na região de Cimbres, no município de Pesqueira, agreste de Pernambuco.

A religiosa ingressou nas Irmãs Damas em 1941 e se dedicou a servir na formação dos mais pobres. Documentos e depoimentos sobre sua trajetória foram colhidos pelo tribunal diocesano desde março e agora seguem para validação da Santa Sé.

Processos continuam

Tanto para o padre João Maria, quanto para a irmã Adélia, espera-se que quando a Positio for aprovada sejam criadas as comissões “histórica” e “teológica” formadas por nove membros cada. Depois, terá o congresso com 18 bispos e cardeais para a avaliação da causa e aprovação por maioria.

Só após aprovação nessas três instâncias, a causa é apresentada ao Papa para que então o candidato ou candidata à honra dos altares seja reconhecido como “venerável”, ou seja, que viveu em grau heroico as virtudes cristãs. Por fim, é necessária a confirmação de um milagre para a declaração de beato ou beata, e posteriormente, de um segundo milagre para a canonização.

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