Heroína da castidade será beatificada daqui cinco meses; Beatificação está marcada para 24 de outubro
Ronnaldh Oliveira
Da redação
A Diocese de Crato (CE) vive a expectativa para a beatificação de Benigna Cardoso. Daqui cinco meses, o prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, Cardeal Marcello Semeraro, celebrará a beatificação na Praça da Catedral de Nossa Senhora da Penha, em Crato. A diocese estima que 40 mil pessoas participarão da celebração.
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O dia escolhido para a beatificação da “heroína da castidade” tem grande valor para a história, pois faz memória do martírio da jovem em 1941. Dom Magnus Henrique Lopes afirma: “Com alegria e júbilo anunciamos a beatificação da Menina Benigna, martirizada em nossa diocese”. O bispo expressa o entusiasmo da primeira beata nascida no Ceará e e quarta mártir do Brasil ser de seu território episcopal.
Testemunhos
O coordenador da Comissão Diocesana para a Beatificação, padre Wesley Barros, destaca a alegria por ver que os esforços dos últimos 12 anos foram coroados com o ato do reconhecimento de Benigna pela Igreja:
“Foram anos recolhendo informações e testemunhos, a fim de organizar de modo canônico para enviar à Santa Sé todo o processo. Toda essa ação reascende um fervor nos nossos corações. Poderemos entender que toda essa ação nos ajuda a dar um impulso na ação evangelizadora”.
Para o Consultor Técnico de Programas Educacionais, Marcos Danilo Estevam Sobreira, de 29 anos, leigo da diocese, “diante de um mundo secularizado onde reina uma cultura relativista e hedonista, o exemplo de vida da Mártir Benigna demonstra a nós que podemos ser fiéis a Deus, vivendo de forma plena e digna na nossa vocação comum à santidade.”
Sobreira ainda frisa, em nome dos batizados presentes no território da diocese, que os corações são permeados por um mix de alegria e gratidão. “Fez florescer um lírio de pureza em meio ao sertão cearense. Entre nós viveu uma santa”, conclui.
A história da Menina Benigna
Benigna Cardoso nasceu em Santana do Cariri, no Ceará, em 1928. Em 1941, aos 13 anos de idade, foi assassinada com golpes de facão dados por Raul Alves, após recusar ter relações sexuais com o criminoso.
Após a morte, a Menina Benigna passou a ser venerada como mártir na Região do Cariri e virou símbolo da resistência contra o feminicídio e a violência sexual contra crianças e adolescentes.