Padre membro da Comissão da Festa da Penha 2025 afirma que festa mariana é a “terceira maior do Brasil”; saiba mais sobre a programação e tema deste ano
Julia Beck
Da redação

Cartaz da Festa da Penha 2025/ Imagem: Festa da Penha
A Arquidiocese de Vitória (ES) e o Convento da Penha realizam, de 20 a 28 de abril, a Festa da Penha 2025. A celebração, que tem 455 anos de história, é uma das maiores manifestações de devoção mariana do Brasil.

Frei Gabriel Dellandrea /Foto: Arquivo Pessoal
O guardião do Convento da Penha e membro da comissão organizadora da Festa da Penha 2025, frei Gabriel Dellandrea, revela que há uma expectativa de que mais de dois milhões de pessoas passem pela Arquidiocese de Vitória nos dias que compreendem o evento.
“Convido todos que nunca participaram dessa festa para que participem dos seus diversos modos, seja presencialmente aqui no Convento da Penha, no Estado do Espírito Santo, como também “pelas redes sociais”, sublinha o religioso. Ele reforça que a festa é um momento para revigorar o dom da fé e pedir a intercessão da Virgem Maria.
O coordenador arquidiocesano de pastoral da Arquidiocese de Vitória, diretor da Casa de Formação “Bom Pastor” (Propedêutico) e membro da Comissão da Festa da Penha, padre Cláudio Alves Moreira, conta que há muitos relatos de pessoas que tiveram graças e milagres alcançados pela intercessão de Nossa Senhora da Penha.
O sacerdote, que é natural de Belo Horizonte (MG), revela que, como devoto de Nossa Senhora, um dos títulos que invoca é o de Nossa Senhora da Penha. “Reconheço, neste título, aquela que é a padroeira de todo o nosso estado e, portanto, também devoto minha atenção, meu cuidado, meu carinho e também minha confiança a Nossa Senhora da Penha”.
“É claro que Jesus Cristo fala e fala muito ao coração, não é? Mas as mãos ternas de Maria, o seu olhar cativante, sobretudo na sua imagem da Penha, nos ajuda a olhar com mais carinho, com mais cuidado para seu filho Jesus Cristo”, indica.

Foto: Arquidiocese de Vitória
Tema
“Com Maria, peregrinos de esperança” é o tema deste ano, inserindo a festividade no contexto do Ano Jubilar. Sobre isso, frei Gabriel reafirma a intenção da Igreja de que os fiéis, enquanto peregrinos neste mundo, possam encontrar, na esperança, um dom revigorante.
O desejo, prossegue o religioso, é de que todos sejam novamente entusiasmados pela certeza da esperança de que o Senhor caminha com a humanidade e que ela conta com a intercessão dos santos. “E esta, sem sombra de dúvida, é a inspiração também que brota da vida da Virgem Maria, que, com seu ‘sim’, se tornou peregrina de esperança”, pontua.

Padre Cláudio Alves Moreira /Foto: Arquivo Pessoal
Padre Cláudio acrescenta que todos os fiéis são convidados a se aproximar do filho bendito da Virgem Maria, a esperança do mundo, e a se tornar peregrinos de esperança. Então, ao longo do Oitavário da Festa da Penha, o sacerdote comenta que as diversas formas de esperança que se contrapõem às desesperanças deste mundo serão trabalhadas.
“Acreditamos que, ao trabalharmos essa temática, ao rezarmos sobre ela, nós estaremos ajudando o povo de Deus (…) a buscar a graça do perdão e da renovação espiritual”, frisa. Aos romeiros de Nossa Senhora da Penha, o presbítero deseja que seja reavivada a proximidade e a intimidade com o Senhor, que é fonte de vida, salvação e esperança aos corações.
Programação
Os destaques da programação desse ano são as romarias, sendo a “Romaria dos Homens” uma das mais aguardadas. Nela, são percorridos 14 km, com saída da Catedral de Vitória e conclusão no Parque da Prainha, local que fica “aos pés” do Convento da Penha.
“Esse momento é muito aguardado por todos os fiéis da festa e todos os anos se torna um momento de superação, de caminhada de fé, de uma peregrinação interior e exterior. O caminhar físico reflete também a caminhada ao encontro do Senhor”, salienta frei Gabriel.
O religioso cita também os momentos de devoção franciscana, como a coroa franciscana das sete alegrias de Nossa Senhora e o terço franciscano de meditação das sete alegrias de Maria.
Para os 455 anos de festividade, o Sistema Canção Nova de Comunicação preparou uma cobertura especial do evento. Uma equipe de jornalismo estará presente, de 24 a 28 de abril, com produção de reportagens e entradas ao vivo para o telejornal Canção Nova Notícias. Também será gravada uma edição do programa “Além da Notícia – com Ronaldo da Silva”. A cobertura também estará em destaque nas redes sociais – @cnnoticias – e no site noticias.cancaonova.com .
História

Quadro da pintura de Nossa Senhora das Alegrias foi trazido por Frei Pedro Palácios, fundador do Convento, em 1558 /Foto: Festa da Penha
O guardião do Convento recorda que a primeira edição da festa aconteceu no ano de 1558 e foi idealizada pelo frei Pedro Palacios (que também fundou o convento). O franciscano veio, junto com a comitiva de Vasco Coutinho, para colonizar o Brasil. Ele trouxe consigo uma imagem de Nossa Senhora das Alegrias. A construção do Convento da Penha Espírito Santo (ES) foi então para abrigar a imagem. “Um fato curioso: frei Pedro Palacios morreu logo depois dessa primeira festa, como aquele missionário que cumpre o seu objetivo”, acrescenta o religioso.
O título de Nossa Senhora das Alegrias deriva das Sete Alegrias de Maria, título atribuído a Maria Santíssima, Mãe de Deus, alicerçado na tese dos Santos Padres que afirmam, desde o Século IV até os nossos dias, que Cristo, após sua ressurreição, visitou primeiro a sua Mãe.
Padre Cláudio complementa que Maria é apresentada como Senhora das Alegrias porque tem alegria de apresentar ao mundo e aos fiéis o seu filho ressuscitado. Com a construção da Capela do Convento, sobre o alto do penhasco, passou-se a denominar Nossa Senhora da Penha a imagem do Altar-Mor, título proveniente de penhasco (pedra), referindo-se primitivamente mais ao lugar do que a uma virtude da vida de Nossa Senhora.
Ao longo dos séculos, a festa foi crescendo e tomando cada vez mais contornos de festa nacional, no entanto, o sacerdote frisa que ela ainda é uma festa regional própria do Espírito Santo. “Ela é, hoje, a terceira maior festa mariana do Brasil”, frisa, ficando atrás somente da Festa de Nossa Senhora de Nazaré, da Arquidiocese de Belém (PA), e de Nossa Senhora Aparecida, da Arquidiocese de Aparecida (SP).