Coordenador nacional da Pascom comenta trabalho da pastoral no Brasil e mensagem do Papa para a data
Denise Claro
Da redação
Neste domingo, 24, a Igreja comemora o 54° Dia Mundial das Comunicações Sociais. Em sua mensagem para a data, o Papa Francisco se deteve ao tema da narração, à importância de se contar histórias que edifiquem e ajudem os cristãos a reencontrarem raízes.
“Na confusão das vozes e mensagens que nos rodeiam, temos necessidade duma narração humana, que nos fale de nós mesmos e da beleza que nos habita”, ressaltou o Pontífice, em seu texto.
Para o publicitário e coordenador nacional da Pastoral da Comunicação (Pascom), Marcus Tullius, a mensagem do Papa para a data deste ano é convidativa, providencial e provocante.
“Providencial, porque nós não sabíamos que estaríamos celebrando esta data dessa forma, em meio à pandemia. Talvez, essa seja a celebração mais plena do Dia Mundial das Comunicações, com todos em unidade. E é provocante, porque o Papa nos chama à atenção para o contar histórias, que é extremamente humano, porque nós somos seres narradores por excelência”.
O jovem lembra que todos temos necessidade de contar histórias e que o Papa compara essa necessidade à de alimentação, por exemplo. Para ele, o centro da mensagem do Papa é este: quem trabalha com a comunicação deve colher e contar boas histórias, e para isso precisa de verdade, paciência e compromisso.
“Isso nos ajuda a recuperar a nossa vocação de contadores de história. Como agentes da pastoral, valorizar a história de pessoas da comunidade, as quais, às vezes, não aparecem, não têm visibilidade. Mostrar o trabalho muitas vezes silencioso que acontece, e claro, o contar histórias boas e verdadeiras, para que isso se fixe na memória”.
Missão da Pascom
O trabalho da Pascom é um trabalho de comunhão. É a pastoral do ser e do estar em comunhão e que atua diretamente nas comunidades, paróquias, dioceses, colaborando de maneira eficaz e efetiva na evangelização.
O coordenador nacional ressalta que é importante que esta missão seja refletida, vivenciada e partilhada em equipe, que existam equipes de pastorais da comunicação.
“A organização funciona desde as comunidades até a coordenação nacional. Começa na comunidade, porque é lá, na base, que o trabalho acontece. As instâncias regionais e nacional funcionam como articulação, mas a produção do conteúdo e o trabalho direto de comunicação acontecem na base. A Pascom, mais do que fazer a transmissão de uma celebração, o registro fotográfico dos eventos, é responsável por ajudar na comunicação entre os fiéis, com o objetivo de manter a comunhão, para que todos sejam evangelizados e recebam essa mensagem, que não é uma mensagem qualquer, mas é uma pessoa, Jesus Cristo”.
Comunicação em tempos de pandemia
A Pascom é importante principalmente nesse momento de isolamento social, porque possibilita aos fiéis sentirem a presença da Igreja e se sentirem Igreja.
O bispo auxiliar de Belo Horizonte (MG) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães, enviou uma mensagem em vídeo aos agentes da pastoral, que se empenham na comunicação neste tempo de pandemia:
“Nós estamos agradecidos, impressionados e impactados positivamente. Estamos sarando nossas feridas de todas as formas, porque vocês da Pastoral da Comunicação Nacional, em todo o nosso Brasil, estão levando a mensagem de Jesus e amparando todas as pessoas com a evangelização neste período tão difícil que nós estamos vivendo”, disse o religioso.
Marcus frisa que a Pastoral ganhou, neste tempo, ainda mais relevância e reconhecimento. “Em muitos lugares onde não havia essa equipe ou nem mesmo uma pessoa que fizesse esse trabalho de comunicação, sentiu-se a necessidade de ter a Pascom para chegar até a casa das pessoas, às Igrejas domésticas”.
O coordenador afirma também que, em comunidades onde já havia a Pascom, os agentes solicitaram mais formações e aprendizado. “Estamos oferecendo mais formações em nossas plataformas. O principal desafio é manter a espiritualidade para não ficar apenas em favor da técnica da transmissão. Levar até as pessoas a mensagem de Jesus Cristo e não se deixar levar pela vaidade, cultivar a humildade sempre. Por ser uma pastoral que está trabalhando mais nesse período, não podermos nos achar mais importantes, mas saber que estamos ali para servir”.