Padroeira do Brasil será celebrada nesta quinta-feira, 12; cura e devoção são palavras que permeiam as histórias de quem pede a intercessão de Nossa Senhora Aparecida
Kelen Galvan
Da redação
A Igreja no Brasil está às vésperas da festa de Nossa Senhora Aparecida – celebrada nesta quinta-feira, 12. Padroeira do país, ela reúne milhares de devotos, entre eles fiéis que testemunham graças alcançadas por sua intercessão. Márcia Nogueira, de 60 anos, moradora da cidade de Potim (SP), é um deles. Casada, mãe de três filhos e com dois netos, ela agradece a cura do câncer de mama, retirado há nove anos.
Márcia conta que, no dia 28 de setembro de 2014, após uma mamografia, descobriu um câncer na mama de grau 5. O médico lhe disse que tinha que tirar o mais rápido possível. “Na hora que ele me deu essa notícia, só pensei: ‘Minha Nossa Senhora, vem em meu socorro. Com seu manto sagrado, venha me cobrindo e me dando forças para enfrentar os desafios que virão’.”
No dia em que recebeu a notícia, a devota daria uma palestra sobre os títulos de Nossa Senhora. Como é catequista em sua paróquia, falaria para um grupo de 45 crismandos adultos. “Quando eu cheguei em casa, meus filhos disseram para eu não ir à palestra. E eu disse: ‘Vou sim. Não vou desmarcar, porque esta é minha missão. E Nossa Senhora vai estar comigo. Se foi nesse dia que recebi o resultado e vou falar sobre ela, é porque ela já está me carregando no colo’”, afirma.
Depois, começou a luta. Márcia fez todos os exames e pediu ao médico se poderia operar depois do dia 12 de outubro. “Fiz a novena inteira e senti que Nossa Senhora realmente me carregava no colo em todo o momento. Senti-me muito forte e com muita esperança, porque eu pedia que Nossa Senhora Aparecida me cobrisse com seu manto sagrado”.
No dia 14 de outubro de 2014, ela fez a cirurgia, tirou um quadrante, todos os linfonodos do lado esquerdo, pois também já estavam infectados. Fez 16 quimioterapias e 33 radioterapias. Hoje, continua o acompanhamento com o oncologista e declara:
“Estou curada. (…) Agora, dia 14 de outubro, vai fazer nove anos que eu fiz a cirurgia de mama. Sou muito grata a Jesus Misericordioso e a Nossa Mãe Santíssima. Nossa Senhora sempre esteve presente em todas as quimioterapias e radioterapias que fiz. Eu dizia: ‘Mãe, estou indo para meu tratamento, venha comigo, segura minha mão’.”
A devota destaca que é consagrada a Nossa Senhora pelo método de São Luis de Montfort, e reza o terço mariano todos os dias com a Canção Nova. “Nossa Senhora é tudo na minha vida. Ela é minha Mãe, minha companheira, tudo! Tenho muita devoção. Estou fazendo a novena este ano também. Todo ano, aqui em casa, faço meu altar para estar com Nossa Senhora”.
Devoção na família
Todos os anos, a devoção a Nossa Senhora Aparecida leva milhares de peregrinos ao Santuário Nacional, localizado na cidade de Aparecida (SP), seja para pedir a intercessão da Virgem Maria ou agradecer por graças alcançadas. Assim fez Pedro Lizardo de Souza, falecido há 32 anos, mas que, durante sua vida, visitou o santuário no dia 12 de outubro por 31 anos seguidos.
Seu amor a Nossa Senhora contagiou toda a família. Sua filha, Maria de Lourdes Souza, da cidade de Caeté (MG), também tornou-se grande devota de Nossa Senhora Aparecida, e ela conta que aprendeu com seu pai. “Ele ia visitar a Casa da Mãe todo ano. E fez isso por 31 anos seguidos. Ele não deixava de ir. Tinha muita devoção à Nossa Senhora. E isso passou para nós. Eu tenho ido também todo ano, não abro mão. Todo mês de julho, vou a Aparecida para agradecer as muitas bênçãos que ela nos concede.”
Muito atuante em sua paróquia, também dedicada ao título de Nossa Senhora Aparecida, Maria de Lourdes afirma que procura, em tudo, demonstrar seu amor a Nossa Senhora. “Eu tenho muita devoção a Nossa Senhora, e é tão importante segurarmos nas mãos dela! Na minha casa, tenho uma capelinha dedicada a ela, onde faço minhas orações e, junto com meu marido, rezo o terço. E, todo dia, temos muito para agradecer”.
Ela conta que procura compartilhar essa devoção com outras pessoas. “A casa dela nos acolhe com muito amor, e esse amor a gente passa para outras pessoas, o bem que ela nos faz. Eu participo de um grupo de oração com cerca de 80 pessoas que se reúne aos sábados. Fazemos essas orações, rezamos o terço, e Nossa Senhora Aparecida está sempre junto conosco”.
A devoção de Pedro Lizardo alcançou gerações. Sua neta, Márcia Aparecida da Silva, conta que seu nome foi em gratidão a uma graça alcançada por sua mãe, que rogou a intercessão de Nossa Senhora Aparecida para ter uma filha menina.
Ela conta que sua mãe, depois de ter tido três filhos homens e perdido duas meninas, engravidou novamente de uma menina. A gestação foi tranquila, mas quando Márcia nasceu, apresentou complicações. “Fiquei internada meses, e ela chorava muito. Foi aí que ela pediu a Nossa Senhora de Aparecida que me deixasse sobreviver, pois ela queria muito ter uma filha. E que ela colocaria meu nome de Márcia Aparecida. Eu melhorei e estou aqui até hoje”.
Márcia também cultiva a devoção a Nossa Senhora Aparecida. O tempo passou, ela casou-se e engravidou de uma menina. “Então, minha mãe sentiu-se mais realizada ainda. E minha filha mais velha nasceu no dia 12 de outubro.”