Em agosto, peregrinação em Fátima faz memória da quarta aparição de Nossa Senhora aos pastorinhos
Da Redação, com Santuário de Fátima
O arcebispo do Luxemburgo, Cardeal Jean-Claude Hollerich, presidiu a Peregrinação Aniversária de Agosto no Santuário de Fátima, em Portugal. A peregrinação faz memória da quarta aparição de Nossa Senhora aos Pastorinhos, a única que ocorreu fora da Cova da Iria, nos Valinhos em 19 de agosto.
Na missa desta sexta-feira, 13, o cardeal desafiou os migrantes a usar a fé para devolver Deus à Europa. Ele elogiou a fé e a religiosidade do povo português, que deve ser posta ao serviço da Igreja. Dirigindo-se aos portugueses, mas também aos emigrantes e refugiados, destacou a contribuição deles para construir a riqueza econômica e cultural dos países que os acolhem.
“A Europa hoje vive longe de Deus, esqueceu-O! Com o vosso espírito de serviço, com a vossa fé e vossa religiosidade procurai continuar a ajudar os países que vos acolhem para viver, a não perderem a esperança”, disse.
O cardeal destacou a comunhão e a interculturalidade como fatores de renovação da Igreja. Por isso, agradeceu pelo serviço prestado por todos os migrantes ao bem comum da sociedade e da Igreja.
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O poder da oração e o serviço
A partir da liturgia do dia, o arcebispo de Luxemburgo sublinhou o poder da oração e da sua influência na conversão dos corações. Ele destacou como os peregrinos de Fátima vão ao santuário neste clima de oração: pela saúde dos familiares, problemas do trabalho, a preocupação com os filhos e netos, incertezas da emigração entre outras.
“Também nós, como Maria, temos a feliz oportunidade de, agora e aqui – neste lugar sagrado – reencontrar Jesus na Palavra de Deus, nesta solene Eucaristia e na Sagrada comunhão. Este encontro encerra uma força de mudança nas nossas orações: elas são invadidas pelo sentimento da presença real de Jesus, e a nossa oração de súplica pode atingir a oração de louvor”.
E se, como Maria, deseja-se atingir a consolação da esperança, é preciso colocar-se ao serviço dos outros, frisou o cardeal. Nesse sentido, ele pediu para alargar esse espírito de serviço. “A verdade é que a fé sem espírito de serviço não passa de um sentimento… e os sentimentos são passageiros”.
Palavra aos doentes
Depois da comunhão, a habitual palavra dirigida ao doente. Eugénia Quaresma, da Obra Católica Portuguesa de Migrações, agradeceu pelo Deus de Amor que se faz presente nas visitas, nos cuidados de familiares, profissionais e voluntários que, por vocação, se dedicam a salvar vidas. Também pela delicadeza de tantos anônimos, que se fazem inesperadamente próximos.
Com referência ao tema pastoral – “Louvai o Senhor que levanta os fracos” – Eugénia Quaresma convidou os doentes a rezarem para compreender e aceitar a vulnerabilidade humana que a doença traz. “Com o sentido que o Senhor mais anseia: um coração disponível para se compadecer, converter e amar”.
No final da celebração, na tradicional mensagem aos peregrinos, o bispo de Leiria-Fátima, Dom António Marto, sublinhou dois aspetos particulares desta peregrinação de agosto. Primeiro, uma experiência viva da fraternidade universal. Segundo, uma evidência de que a oração do Santuário está ligada à geografia do mundo, a todas as necessidades e problemas de todos os povos e países, de onde parte e chegam todos os emigrantes e refugiados.
“A nossa oração é universal e torna o nosso coração universal também. E aqui recebemos, por intercessão de Maria, o dom da consolação, da esperança, da fortaleza e da alegria, para caminharmos e construirmos juntos um futuro de justiça e de paz”, disse Dom Marto.
Confira, na reportagem abaixo, mais detalhes da peregrinação de 12 e 13 de agosto: