ASSUNTOS A DISCUTIR

EUA: bispos criam equipe para discutir divergências com novo presidente

Houve iniciativa semelhante há quatro anos quando Donald Trump foi eleito, estabelecendo um comitê para tratar de “questões críticas”

Da redação, com Vatican News

Dom José H. Gomez, presidente da Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos / Foto: Reprodução Twitter

O presidente da Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos (USCCB) , Dom José H. Gomez, disse na noite desta terça-feira, 17, que está organizando uma equipe para lidar com as políticas que o futuro presidente estadunidense pode implementar e que divergem dos ensinamentos da Igreja.

O religioso fez o anúncio na conclusão da parte da Assembleia Plenária de Outono da USCCB, realizada de maneira virtual de 16 a 17 de novembro.

O arcebispo Allen Vigneron, de Detroit, vice-presidente da USCCB, conduzirá o grupo de trabalho especial.

A equipe será composta por presidentes de vários comitês, incluindo aqueles que cobrem doutrina e comunicações.

Joe Biden está definido para tornar-se o segundo presidente que professa a fé católica na história dos Estados Unidos. O primeiro foi John F. Kennedy.

Oportunidades e desafios

Em conversas com os bispos estadunidenses, o arcebispo Gomez disse que a Igreja no país enfrenta um “momento único”, que “apresenta certas oportunidades, mas também certos desafios”.

Ele acrescentou que o presidente eleito Biden “nos deu motivos para acreditar que seus compromissos de fé o levarão a apoiar algumas boas políticas”. O arcebispo Gomez inclui neste quesito a reforma da imigração, ajuda aos refugiados e aos pobres, justiça racial, a pena de morte e as mudanças climáticas.

O presidente eleito Biden “também nos deu razões para acreditar que apoiará políticas que vão contra alguns valores fundamentais que consideramos caros como católicos”.

O religioso inclui, nesse ponto, a revogação da Emenda Hyde, que proíbe o uso de fundos federais para custear abortos, e a preservação do caso Roe vs. Wade, a decisão da Suprema Corte de 1973 que legalizou o aborto. “Ambas as políticas minam nossa prioridade proeminente para a eliminação do aborto”, ponderou o arcebispo.

Outros problemas potenciais incluem “tratamento desigual das escolas católicas” e a Lei da Igualdade.

“Essas políticas representam uma séria ameaça ao bem comum sempre que algum político as apoia”, disse o arcebispo Gomez. “Há muito tempo nos opomos veementemente a essas políticas e continuaremos a fazê-lo.”

“Quando políticos que professam a fé católica as apoiam, surgem problemas adicionais”, acrescentou. “E uma das coisas que cria confusão entre os fiéis sobre o que a Igreja realmente ensina sobre esses temas”.

Dom Gomez classificou o quadro como “uma situação difícil e complexa”.

Melhorando a colaboração

Concluindo suas observações, o arcebispo Gomez disse que a USCCB respondeu de forma semelhante há quatro anos, quando o presidente Donald Trump foi eleito, estabelecendo um comitê para tratar de “questões críticas”.

“Então, como agora”, disse ele, “já existiam comitês para tratar destes temas e o objetivo era enfatizar nossas prioridades e aumentar a colaboração”, concluiu.

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