O cardeal Parolin expressou esperanças de que o mundo não deixará a guerra seguir adiante na Síria
Da redação, com Boletim da Santa Sé
Na manhã desta quinta-feira, 15, na Sala Nova do Sínodo, o cardeal Mario Zenari, que também é Núncio Apostólico para a Síria, encontrou-se com o Corpo Diplomático credenciado à Santa Sé. Esteve presente também o cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin, acompanhado do arcebispo Paul Richard Gallagher, Secretário para as Relações com os Estados. O encontro foi uma oportunidade para que fosse discutida a situação na Síria, que vive em guerra e violência há quase uma década.
O cardeal Pietro Parolin introduziu as palavras do arcebispo Mario Zenari, expressando sua esperança de que o mundo não se acostume com a “ladainha de horrores que diariamente nos chega dessa nação atormentada”. A Síria, disse o núncio apostólico em seu discurso apoiado sob o tema “Não deixemos morrer a esperança!”, parece ter desaparecido do “radar da mídia”. Mas a catástrofe humanitária persiste, e depois dos foguetes há a “bomba da pobreza “, que atingiu 80% da população, é o que mais preocupa. No momento, estima-se que 11 milhões de sírios precisam de assistência humanitária.
O cardeal Zenari agradeceu a generosidade de tantos Estados e Instituições, especialmente as Agências das Nações Unidas, que organizaram uma série de projetos humanitários, e falou das múltiplas urgências que afetam o país, em primeiro lugar a saúde, também no contexto da pandemia causada pelo Covid-19.
Mas “o tempo está se esgotando”, advertiu o religioso: a Síria está se tornando uma “extensão de aldeias fantasmas”, repleta de escombros, e “muitos sírios perderam a esperança”.
Ao final da sua fala, o cardeal Mario Zenari respondeu às várias perguntas dos presentes. Os tópicos tratados incluíram relações entre comunidades religiosas na Síria; a necessidade de recuperação econômica em vários níveis à reconstrução do país; as consequências do conflito sobre a presença de cristãos na região; a emergência educacional; a situação das mulheres; e a necessidade de recursos financeiros adicionais para o projeto “Hospitais Abertos”, três hospitais católicos em Damasco e Aleppo, aos quais é concedido acesso gratuito aos enfermos, independentemente de sua origem étnica ou religião.
O término da reunião se deu com as palavras de agradecimento de Pietro Parolin, que reiterou a importância em se buscar novas soluções e não abandonar a Síria sob um manto de silêncio e indiferença.