Celebrar o rito nupcial não é o ponto de chegada, mas o início de toda a unidade e comunhão do casal, explica a subsecretária do departamento Vaticano para os Leigos, a Família e a Vida
Ronnaldh Oliveira
da Redação
“Catecumenato Matrimonial” foi o tema da palestra ministrada pela subsecretária do departamento Vaticano dedicado aos Leigos, à Família e à Vida, Gabriella Gambino. Ela refletiu sobre os caminhos de acompanhamento trilhados pelos casais em relação à Igreja.
Olhando inicialmente para os filhos, Gabriella questionou aos presentes sobre a preocupação dos pais diante do futuro de seus filhos e os respectivos desejos no encontro de suas vocações. “Todos temos consciência de que os contextos de hoje colocam em cheque a vocação matrimonial. Estamos preocupados com as escolhas de nossos filhos. Será que terão coragem de se casar? Será que querem viver a experiência de um “para sempre”? Confiarão em Deus nos processos de suas vidas?”
A subsecretária continuou a reflexão aludindo ao medo que os jovens de hoje possuem de ser pai e mãe. Ela destacou que se faz necessário vencer o medo por meio da confiança de que ninguém está sozinho. Enfaticamente, afirmou a importância de uma mudança drástica de cultura, abandonando o “fez-se sempre assim”, já dito pelo Papa Francisco. “O matrimônio requer discernimento, dando aos noivos uma identidade cristã mais específica. Celebrar o rito nupcial não é o ponto de chegada, mas o início de toda a unidade e comunhão do casal”, explicou Gabriella.
As famílias e a missão da Igreja
Os casais constituem o maior número de fiéis na Igreja e são também eles que assumem o maior tecido da sociedade. “A Igreja deve dedicar mais tempo e energia para uma missão grande como a missão familiar. Não se trata de preparar alguém para um exame, mas para uma vida inteira que deve ser vivida.”
Gambino ainda acrescentou a inevitabilidade da superação dos cursos pré-matrimoniais. “Devemos assumir, cada vez mais, um processo de vivência cristã, a fim de que nossos casais tenham um amadurecimento real. Se os noivos não sabem que são de Cristo, e isso sabemos no acompanhamento, como poderão ser, de fato, um casal cristão?”
Como possível saída, partilhou na preparação de um ministério de acompanhamento dos jovens, formando sacerdotes, seminaristas e leigos que em suas formações invistam tempo na pastoral familiar.
A subsecretária exortou que o rito matrimonial não é uma meta, onde se investe financeiramente e se conclui a vida cristã. “O matrimônio é uma questão de projeto, e precisamos, cada vez mais, nos abrirmos para a graça do sacramento que age na vida concreta de cada um”, concluiu.