Realizado em formato virtual, de 26 a 28 de janeiro, o encontro será organizado pelo Patriarcado Ecumênico de Constantinopla
Da redação, com Vatican News
O Patriarca Bartolomeu I e o Papa Francisco / Foto: Gregorio Borgiai – Pool via Reuters
O Patriarcado Ecumênico de Constantinopla está organizando a quarta edição da “Cúpula Halki”, encontro ecológico que reúne ativistas, cientistas, jornalistas, líderes empresariais, teólogos e acadêmicos de diferentes países e credos para promover uma consciência global acerca das consequências relacionadas às mudanças climáticas, e também para discernir e realizar mudanças nos valores e atitudes sociais relacionadas ao abuso na criação de Deus.
Lições aprendidas com a crise global
A cúpula, que leva o nome da ilha turca de Halki (Heybeliada), será realizada, de 26 a 28 de janeiro, em formato virtual devido à pandemia causada pelo novo Coronavirus, e terá o seguinte tema: “Covid-19 e Mudanças Climáticas: Vivendo e aprendendo com a pandemia”. Os participantes discutirão as lições arregimentadas com esta crise global, seu impacto na natureza e no meio ambiente, suas implicações à saúde e como isso mudou nossa abordagem com relação à ciência.
O primeiro seminário em ambiente virtual será apresentado pelo Patriarca Ecumênico de Constantinopla, H.B. Bartolomeu I, e será focado em nossa relação falha com a natureza, apontando a forte ligação entre a presente crise sanitária e a crise ecológica, especialmente a perda de vida selvagem e dos habitats naturais, além das mudanças climáticas. Os palestrantes examinarão o que aprendemos e o que ainda precisamos aprender sobre esta pandemia e como os impactos sociais, econômicos e ecológicos podem ser mitigados.
No segundo dia, os participantes discutirão o impacto da Covid-19 na relação entre política e ciência e religião e ciência, que muitas vezes tem sido difícil. Serão examinados como governos e igrejas responderam aos cientistas e à ciência no Covid-19 e como o novo Coronavírus afetou a ciência e a tecnologia, bem como nossa percepção da ciência e da religião. A discussão será apresentada pelo Metropolita João de Pérgamo.
Por fim, em 28 de janeiro, a Cúpula se concentrará nas implicações da pandemia à saúde. Como a pandemia afeta a vida de milhões de pessoas em todo o mundo, ultrapassando as fronteiras nacionais e as diferenças raciais, e como invariavelmente deixou uma marca indelével em questões relacionadas à saúde pública e saúde mental. Os participantes discutirão, portanto, a importância da coordenação e cooperação, dos bloqueios obrigatórios e do distanciamento social, bem como da liderança e o apoio, mas também qual é a troca entre saúde e economia e a resposta adequada à necessidade de cuidar das pessoas.
História do Halki Summit
O primeiro Encontro de Halki foi realizado em junho de 2012, e teve como tema “Responsabilidade Global e Sustentabilidade Ambiental”. A terceira edição, em 2015, reuniu especialistas de todo o mundo para debater o tema “Teologia, Ecologia e a Palavra: uma Conversa sobre Meio Ambiente, Literatura e Artes”. Finalmente, a terceira edição, em 2019, reuniu acadêmicos e alunos de escolas e seminários teológicos de todo o mundo para discutir “Formação Teológica e Consciência Ecológica”.
As Cúpulas são inspiradas por uma série de simpósios ambientais internacionais, inter-religiosos e interdisciplinares organizados, desde 1995, em vários países sob os auspícios do Patriarca de Constantinopla Bartolomeu, que nas últimas décadas tem defendido e promovido conversações e cooperação mundial entre representantes de várias disciplinas e crenças em questões ambientais. No cerne desta discussão está a crença de que nenhum esforço pode ter sucesso sem uma mudança fundamental nos valores que se manifestam na ética, espiritualidade e religião.
H. B. Bartholomeu foi encorajado por seu predecessor, Dimitrios, que, em 1989, estabeleceu o Dia de Oração pela proteção e conservação do meio ambiente. A Igreja Ortodoxa foi seguida pela Conferência das Igrejas Europeias, pelo Conselho Mundial de Igrejas e, mais recentemente, pelo Papa Francisco, cuja Encíclica Laudato sì também se inspirou nas iniciativas ecológicas levadas a cabo pelo Patriarca Bartolomeu.
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