Igreja celebra a primeira santa brasileira no dia 13 de agosto; missa campal, shows e procissões estarão entre as homenagens ao Anjo Bom da Bahia
Da redação, com Obras Sociais Irmã Dulce
Santa Dulce dos Pobres /Foto: OSID
A Festa em honra a Santa Dulce dos Pobres, a primeira santa brasileira, vai reunir em Salvador, de 1º a 13 de agosto, milhares de fiéis, devotos e demais admiradores da vida e obra do Anjo Bom do Brasil. Com o tema “Impulsionados pela Oração, com Santa Dulce dos Pobres, sejamos instrumentos da paz cristã”, a programação festiva contará com shows musicais na Praça Irmã Dulce (Largo de Roma). Entre as atrações musicais estão: Padre Fábio de Melo, Padre Antônio Maria, Eliana Ribeiro, Walmir Alencar, Waldonys e a Banda Anjos de Resgate.
As Santas Missas serão realizadas no Santuário Santa Dulce dos Pobres, localizado também no Largo de Roma, de 1° a 12 de agosto (7h, 8h30, 12h e 16h). A Missa Campal, que será celebrada no dia 13 de agosto (Dia Litúrgico de Santa Dulce), acontece às 17h, na Praça Irmã Dulce. A celebração será presidida pelo arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, Cardeal Sergio da Rocha. Além da cerimônia a céu aberto, o dia 13 também contará com missas no Santuário, no horário das 6h, 7h, 8h30, 10h, 12h e 14h.
Fortalecendo a imagem da santa no Brasil e no mundo
A programação foi anunciada na quarta-feira, 17, em coletiva de imprensa no Santuário Santa Dulce dos Pobres, com a presença do prefeito de Salvador, Bruno Reis; da superintendente das Obras Sociais Irmã Dulce (OSID) e sobrinha do Anjo Bom do Brasil, Maria Rita Pontes; do reitor do Santuário, frei Ícaro Rocha; e do Subsecretário de Cultura e Turismo de Salvador, Walter Pinto Júnior. Também estiveram presentes no lançamento a vice-prefeita da capital baiana, Ana Paula Matos, e o presidente do Conselho das Obras Sociais, José Carvalho Júnior, além de profissionais e religiosos da instituição.
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“A festa em honra a Santa Dulce dos Pobres é um momento especial para fortalecemos ainda mais as nossas orações e agradecimentos a quem dedicou a vida aos mais necessitados, e cujo legado de amor e serviço continua presente. Nossa gratidão a todas as pessoas que estão empenhadas na concretização dessa homenagem”, afirmou Maria Rita Pontes.
O prefeito da capital baiana explicou que, neste ano, será algo ainda mais grandioso. O objetivo da festa será o de reconhecer a importância de Santa Dulce, transmitindo os seus ensinamentos, em especial para as gerações mais novas que ainda não conheceram com profundidade a sua história, assim como fortalecer a imagem da santa no Brasil e no mundo. Após o lançamento, Bruno Reis visitou a Capela das Relíquias, espaço localizado no Santuário e que abriga os restos mortais da primeira santa brasileira.
Além das celebrações religiosas e das apresentações musicais, a programação de agosto no Largo de Roma – que será totalmente gratuita – contará com serviços no campo da saúde, como orientações para a prevenção de doenças, e oferta de serviços jurídicos. Destaque também para a Peregrinação com a Santa, ação que levará a imagem sagrada da Mãe dos Pobres a igrejas de Salvador entre os dias 15 de julho e 9 de agosto, das 7h às 20h.
Coletiva de imprensa de apresentação da festa dedicada a Santa Dulce /Foto: OSID
Procissões
O período de homenagens à Mãe dos Pobres será marcado também pela realização de procissões e carreata na capital baiana, com destaque para a Procissão dos Nós (12 de agosto, às 15h), que estenderá um grande cordão pelo Caminho da Fé, com saída do Santuário Santa Dulce dos Pobres em direção à Igreja do Senhor do Bonfim.
A agenda religiosa também inclui a Procissão da Memória (4 de agosto, às 8h), que sairá do Santuário Santa Dulce à Basílica da Conceição da Praia; a Procissão dos Arcos (9 de agosto, às 17h), com saída da Igreja do Bonfim e chegada no Santuário do Anjo Bom; e a Procissão Luminosa (13 de agosto, às 19h), com percurso pelo Caminho da Fé. Já no dia 10 de agosto, às 14h, uma carreata levando a imagem peregrina sairá da Arena Fonte Nova em direção também ao Santuário Santa Dulce.
“Para nós, Santa Dulce dos Pobres é o modelo de uma mulher que dedicou a sua vida à oração, tanto a oração contemplativa, voltando-se para Deus, quanto também no dia a dia, nos seus trabalhos, em seu atendimento aos mais necessitados. Então, com o coração alegre, nós iremos celebrar este tempo tão importante para o Santuário e para as Obras Sociais Irmã Dulce, porque nós estamos celebrando a nossa Padroeira e fundadora, aquela que deu início a todo esse legado, que ainda hoje damos continuidade: o amar e o servir”, afirma o reitor do Santuário Santa Dulce dos Pobres.
Doações em prol da OSID
A festa litúrgica em honra à Mãe dos Pobres será também marcada por orações em prol das Obras Sociais Irmã Dulce (OSID), instituição fundada por Santa Dulce. A entidade, que acaba de completar 65 anos de existência, acolhe mais de 3 milhões de pessoas por ano na Bahia, principalmente nas áreas da Saúde e da Educação, incluindo pacientes oncológicos, idosos, pessoas com deficiência e com deformidades craniofaciais, pessoas em situação de rua, usuários de substâncias psicoativas, crianças e adolescentes em situação de risco social entre outros públicos.
Durante os dias da festa, a população poderá ajudar a instituição do Anjo Bom com a doação de alimentos não-perecíveis, os quais podem ser entregues na entrada da Tenda da Central de Doações que ficará localizada na Praça Irmã
Trajetória de amor, fé e solidariedade
Em 26 de maio de 1914 nascia, na cidade de Salvador, Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes. Aos 13 anos de idade, Maria Rita já atendia doentes no portão de sua casa, no bairro de Nazaré. Em 1933, a jovem ingressa na Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, no Convento de Nossa Senhora do Carmo, em São Cristóvão (Sergipe). No mesmo ano, no dia 13 de agosto, recebe o hábito e adota, em homenagem à sua mãe, o nome de Irmã Dulce.
Em 1949, Irmã Dulce ocupa, após a autorização da sua superiora, um galinheiro localizado ao lado do convento, com os primeiros 70 doentes recolhidos das ruas de Salvador. A iniciativa deu origem à tradição propagada há décadas pelo povo baiano de que a religiosa construiu o maior hospital da Bahia a partir de um simples galinheiro. Já em 1959, é fundada oficialmente pela Mãe dos Pobres a OSID – Obras Sociais Irmã Dulce, instituição que abriga hoje um dos maiores complexos de saúde do Brasil com atendimento 100% gratuito.
Irmã Dulce morreu no dia 13 de março de 1992, aos 77 anos, no Convento Santo Antônio, situado no Bonfim. A freira baiana que dedicou sua vida ao acolhimento dos mais necessitados foi canonizada no dia 13 de outubro de 2019, passando a ser chamada Santa Dulce dos Pobres.
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