Valor arrecadado será dividido e repassado, nos próximos dias, às paróquias, e elas serão responsáveis pelo investimento dos recursos
Da redação, com Diocese de Caxias do Sul
A Diocese de Caxias do Sul (RS) destinará R$ 287.594,65 às localidades do território diocesano atingidas pelas chuvas e enchentes no Rio Taquari-Antas. Os valores serão repassados nos próximos dias às paróquias. Elas serão responsáveis pelo investimento dos recursos e pela prestação de contas.
Diversas ações foram realizadas pela diocese para a coleta de donativos. Também foram enviados voluntários para colaborar com a limpeza das localidades.
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Além disso, a Coordenação de Pastoral propôs às paróquias de toda a diocese que as ofertas das Missas dos dias 9 e 10 de setembro, sábado e domingo, fossem destinadas a um fundo criado pela Mitra Diocesana de Caxias do Sul para auxiliar na reconstrução das cidades. O valor total foi arrecadado até a tarde da última sexta-feira, 15. A conta bancária permanecerá aberta e os fiéis poderão fazer novas doações pelo PIX, cuja chave é o e-mail: doacoes@diocesedecaxias.org.br.
O coordenador de Pastoral da Diocese de Caxias do Sul, padre Leonardo Inácio Pereira, afirmou: “A rede de solidariedade do nosso povo nos ajuda a elevar nossa ação de graças a Deus por tudo o que foi arrecadado. Queremos dar a devida transparência, para que a comunidade saiba o quanto será repassado, como sinal de proximidade da Igreja Católica, aos nossos irmãos que foram flagelados por essa catástrofe”.
Tristeza e solidariedade
O bispo diocesano de Caxias do Sul, Dom José Gislon, divulgou uma nota sobre o sofrimento gerado pelas chuvas. “Tivemos perdas de vidas e milhares de famílias perderam suas casas, com todos os seus pertences”, pontuou.
“Muitos, além de perderem a casa e seus pertences, perderam também os vizinhos, o espaço de encontro e celebração da vida de fé em comunidade. Outros perderam os empreendimentos, que eram também o local de trabalho”, recordou.
Toda essa destruição, perdas e dor, não é muito sentida por quem não foi atingido, ou não tem sensibilidade pela dor do outro, alertou o bispo. Ele ressaltou que muitos veem os efeitos da destruição pela televisão, acomodados no sofá, e têm a sensação de que eles estão acontecendo em um local muito distante. “Não nos atingem, não nos comovem, porque estão acontecendo com os outros”.
No entanto, Dom Gislon sublinhou que o que está sendo visto no Estado, depois dessa grande enchente, foi uma grande mobilização de solidariedade e caridade por parte das pessoas, empresas, entidades de classe, Igreja etc.
“Podemos dizer que foi uma grande mobilização de amor ao próximo, a que sofreu com as enchentes e continua sofrendo para recompor a vida, a partir da destruição, da lama e das perdas. O apoio de nossa parte para ajudar as pessoas que estão recomeçando a reconstruir suas vidas é muito importante”.
Agradecimento
O bispo agradeceu a todos os diocesanos que participaram da corrente de solidariedade e de amor pelo próximo. “O teu gesto de partilha fez e irá fazer uma grande diferença na vida das pessoas que estão necessitadas e desamparadas. Lembrando que a caridade é o dom maior que Deus concedeu aos homens; é sua promessa e nossa esperança”.
Por fim, ele mencionou a Carta Encíclica “Caritas in Veritate” (A Caridade na Verdade), do Papa Bento XVI, na qual o Pontífice afirma que a caridade é amor recebido e dado; é “graça”.