Data, criada pelo Papa Francisco em 2019, será celebrada pela quinta vez, e o lema será ‘Permanecei na minha Palavra’
Da redação, com CNBB
Pela quinta vez, a Igreja em todo o mundo celebra o Domingo da Palavra de Deus, convocado pelo Papa Francisco em 2019, a partir do Motu Proprio “Aperuit illis”, de 2019. No Brasil, já é tradição celebrar a Palavra de Deus em setembro, iniciativa autorizada pela Santa Sé. No entanto, em sinal de sinodalidade com a Igreja em todo o mundo, a Igreja no Brasil responde ao convite do Papa e celebra o terceiro domingo do Tempo Comum dedicando-o à Palavra.
O Dicastério para a Evangelização prepara, anualmente, um subsídio que orienta a celebração do Domingo da Palavra e propõe um direcionamento para as reflexões. Neste ano de 2024, o Dicastério escolheu o lema “Permanecei na minha palavra” (cf. Jo 8,31). Segundo Mariana Venâncio, assessora da Comissão Episcopal para a Animação Bíblico-Catequética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o convite de Jesus a permanecer em sua Palavra é feito, no Evangelho de João, aos judeus que haviam acreditado em Jesus:
“Hoje, ele se dirige a todos nós como convite à perseverança no conhecimento cada vez mais profundo da Palavra. Esse conhecimento ao qual convida Jesus não é só o conhecimento intelectual e acadêmico, tampouco aquele conhecimento literal que leva a leituras fundamentalistas do texto ou a interpretações instrumentalizadas. Mais que isso, é a intimidade com a Palavra propiciada pela autêntica vida cristã, que a conhece pela leitura e pelo estudo sim, mas principalmente pela oração, pela abertura à condução do Espírito e pelo discernimento que vai se alcançando pela mediação da comunidade”.
O subsídio fornecido pelo Dicastério para a Evangelização oferece propostas pastorais para acolher a celebração da Palavra de Deus em comunidade e na família, traz opções para a lectio divina de Jo 8,28-42 (o texto escolhido como lema) e para Mc 1,14-20 (o evangelho do domingo), recorda uma das catequeses do Papa Francisco, narra o testemunho do Cardeal Van Thuân e, ainda, fornece roteiros celebrativos para uma adoração bíblica e para a celebração Eucarística.
A Comissão Episcopal para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB recomenda que as comunidades brasileiras utilizem e sigam as orientações do Dicastério para a Evangelização, segundo suas programações e atividades.
Celebração em Roma
No domingo, dia 21 de janeiro, às 9h30 na Itália e às 05h30 hora do Brasil, o Papa presidirá a celebração eucarística na Basílica de São Pedro e, em seguida, com o objetivo de reavivar a responsabilidade que os fiéis têm no conhecimento da Sagrada Escritura, presenteará os fiéis com o Evangelho de Marcos.
Durante a celebração, os ministérios de Leitor e Catequista serão instituídos a homens e mulheres leigos, em particular duas pessoas receberão o ministério de Leitor e nove o de Catequista. Os fiéis leigos representam o povo de Deus e vêm do Brasil, Bolívia, Coreia, Chade, Alemanha e Antilhas.
Do Brasil, uma das escolhidas foi a Maria Erivan Ferreira da Silva, catequista desde os 14 anos. Trabalhou com a iniciação cristã com crianças de 7 a 8 anos e demais catequeses. Assumiu a coordenação paroquial e a formação de catequistas e hoje coordena a catequese no regional Nordeste 1 da CNBB, que corresponde ao Estado do Ceará.
A outra escolhida para representar a Igreja no Brasil foi a Ilza Vidal de Pádua Costa, da paróquia São José, da diocese de Ji-Paraná (RO). Ela iniciou sua caminhada na catequese aos 17 anos em Itaguaí (RJ). Na paróquia São José atua desde 1995. Hoje, ela também colabora na coordenação dos catequistas do regional Noroeste da CNBB.
A Missa será transmitida ao vivo, com comentários em português, através do site do Vatican News e dos canais no Youtube e no Facebook.
O “Ano da Oração”
No Domingo da Palavra de Deus, espera-se que o Papa estabeleça oficialmente o Ano da Oração, em preparação para o Jubileu de 2025. Depois de promover a reflexão sobre os documentos e o estudo dos frutos do Concílio Vaticano II em 2023, por vontade do Papa Francisco, 2024 será dedicado, nas dioceses do mundo, a redescobrir a centralidade da oração.