Em mensagem por ocasião do Dia Mundial da Pesca, Cardeal Michael Czerny denuncia exploração de recursos naturais e destaca importância dos pescadores
Da Redação, com Boletim da Santa Sé
A Santa Sé divulgou, nesta terça-feira, 12, a mensagem para o Dia Mundial da Pesca, celebrado em 21 de novembro. O texto tem como autor o prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, Cardeal Michael Czerny.
No início da mensagem, o cardeal destaca que esta data “é uma ocasião especial para aprofundar a nossa relação com a ‘irmã água’ e com o desenvolvimento humano integral de todos”. Neste contexto, sinaliza que o trabalho dos pescadores, um dos mais antigos da humanidade, sofreu profundas mudanças em grande parte do nosso planeta.
Voltando-se para a casa comum, Czerny aponta que “equilíbrios seculares entre o trabalho humano e a natureza foram perturbados por formas predatórias de implementação de tecnologias e lucros em benefício de uma minoria cada vez mais influente e poderosa, desinteressada dos efeitos a médio e longo prazo desta economia assassina”.
Leia mais
.: Que pessoas do mar se sintam parte da Igreja, exorta Cardeal Czerny
.: Proteger, conservar, zelar e defender a criação, pede Papa Francisco
Redescobrir a fraternidade
O prefeito do Dicastério sublinha que, no momento atual, a humanidade é chamada a redescobrir a fraternidade como dimensão social e política. A Igreja também está inserida neste processo, e “os cristãos não podem, portanto, virar as costas quando ecossistemas inteiros são ameaçados por formas de trabalho que os devastam e empobrecem até à fome populações já tão afetadas por desigualdades e conflitos”.
Diante disso, o cardeal cita as palavras do Papa Francisco, que anima o povo a não se deixar abater pela dor e resignação e reconhecer-se como protagonista. “Assim, a Igreja quer demonstrar o seu acompanhamento e o seu apoio a todos os pescadores do mundo”, expressa Czerny.
Cuidados com o mar
Prosseguindo, ele indica a necessidade de um desenvolvimento tecnológico que reforce a dignidade e a segurança do trabalho, restabelecendo o justo equilíbrio entre as pessoas, o trabalho e o ambiente. O prefeito do Dicastério destaca ainda a vocação dos pescadores para o cuidado do mar, que deve ser apoiada sob a perspectiva de ecologia integral generalizada e popular.
Na conclusão da mensagem, o cardeal recorda o poder silencioso da oração, que deve acompanhar sempre o compromisso com a justiça. Finalizando, volta a lembrar do Papa Francisco, que exprime: “rezo para que quantos são economicamente poderosos saiam do isolamento, rejeitem a falsa segurança do dinheiro e se abram para compartilhar bens que têm um destino universal, porque todos derivam da Criação”.