Partilha e escuta

Concluída a Assembleia Eclesial da América Latina e Caribe

Assembleia Eclesial terminou ontem com a celebração da Eucaristia; mensagem final do evento reitera o caminho sinodal

Da Redação, com informações do Celam e Padre Wagner Ferreira

Plenária da Assembleia Eclesial no dia 26 de novembro; evento foi presencial, mas também on-line / Foto: Padre Wagner Ferreira

Terminou neste domingo, 28, a Assembleia Eclesial da América Latina e Caribe, realizada na Cidade do México, presencialmente e de forma on-line. O encerramento foi marcado pela Santa Missa na Basílica de Guadalupe.

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Em uma mensagem final, lida pelo presidente do Conselho Episcopal Latino-Americano, Dom Miguel Cabrejos, reconhece-se a necessidade de “um caminho de conversão resolutamente missionário”, que tem como pressuposto a necessidade de “maior responsabilidade pastoral”.

O documento reforça o caráter sinodal da Assembleia, com escuta mútua e discernimento comunitário do que o Espírito quer dizer à Igreja. Durante os dias de evento, os participantes se voltaram para as realidades do continente, em suas dores e esperanças.

A dor dos mais pobres e vulneráveis, o grito da casa comum e a cultura do descartável foram pontos de atenção nesses dias de trabalhos. Também a dor pelo impacto da pandemia e pecados intraeclesiais, como “o clericalismo e o autoritarismo nas relações”. Mas também há esperança, nascida da presença dos sinais do Reino de Deus.

A mensagem destaca, por fim, que a sinodalidade é o caminho, algo que pertence à essência da Igreja. Por isso que se insiste que “não é uma moda passageira ou um slogan vazio”.

Oração, fraternidade, comunhão

Foram oito dias de partilha e escuta frente aos desafios pastorais na Igreja na América Latina e Caribe. O vice-presidente da Comunidade Canção Nova, padre Wagner Ferreira, participou do evento.

Padre Wagner Ferreira na missa de encerramento da Assembleia Eclesial / Foto: Padre Wagner Ferreira

“Os trabalhos desta primeira Assembleia caminharam em espírito de oração, fraternidade, comunhão, buscando, à luz do documento de Aparecida, aquelas orientações pastorais para que a Igreja na América Latina e Caribe seja uma Igreja em saída, missionária, samaritana e servidora”, conta o sacerdote.

Segundo padre Wagner, a exortação agora é que o Senhor se manifeste através desta Assembleia, de modo que os povos possam experimentar a riqueza de crer, amar e esperar. “As reflexões feitas aqui devem chegar às bases, às nossas comunidades e paróquias, conselhos pastorais, dioceses e prelazias para que, realmente, essa assembleia eclesial possa produzir muitos frutos para a glória de Deus.”

O arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Scherer, destaca que a Assembleia Eclesial foi uma grande experiência de Igreja que quer se fazer mais sinodal: que ouve, discerne junto e busca acertar.

“Para o Brasil, tenho a certeza de que muitas das propostas que foram apresentadas no final da Assembleia – quer sobre desafios, quer sobre encaminhamentos pastorais – sejam de grande utilidade”, afirma.

O cardeal explica que, agora, essas propostas deverão ser assimiladas em nível de dioceses e organizações eclesiais. “Os frutos virão a seu tempo, não tenhamos pressa. O importante é fazer agora a nossa parte, que é acolher os sinais dos tempos e responder a eles com muita coragem e fé”.

Nos passos de Aparecida

Outro participante do Brasil foi o arcebispo de Brasília, Dom Paulo Cezar Costa. Fazendo um balanço dos trabalhos, ele recorda a mola propulsora das discussões, que foi o Documento de Aparecida. Assista abaixo:

 

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