Pela segunda vez, Igreja viverá Semana Santa durante pandemia; orientações levam em consideração as normas de saúde
Da Redação, com CNBB
A Comissão para a Liturgia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou orientações para a celebração da Semana Santa durante a pandemia. As exigências sanitárias, em virtude da crise de saúde, acabam interferindo nas maneiras de os fiéis católicos celebrarem a Semana Santa. A decisão sobre as orientações, então, surgiu na última reunião virtual da Comissão, em 10 de março.
“Novamente esta Semana Maior, a Semana Santa, será celebrada no contexto da pandemia da COVID-19”, destaca o presidente da Comissão, Dom Edmar Peron. Ele lembra que a pandemia, desde o ano passado, obrigou a adotar normas sanitárias para preservar a vida dos fiéis. E para isso adotam-se cuidados para não disseminar o vírus nas celebrações litúrgicas.
Aos bispos de todo o Brasil, são reiteradas as indicações divulgadas em maio do ano passado pela própria comissão. Também retoma-se o que foi estabelecido pela Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos em fevereiro de 2020.
Orientações
Para o Domingo de Ramos, as principais orientações indicam que sejam evitadas procissões. A celebração seja feita com a segunda fórmula prevista pelo Missal Romano dentro das igrejas. Também se indica que os fiéis sejam exortados a levar para a missa os seus próprios ramos.
A Missa do Crisma poderá ser celebrada, a juízo do bispo diocesano, na medida do possível, com uma representação de “pastores, ministros e fiéis”, na quinta-feira santa pela manhã ou em outro dia, preferencialmente ainda dentro do Tempo Pascal.
Para a Missa da Ceia do Senhor, a Comissão para a Liturgia orienta que seja omitido o Rito do Lava-pés. Também orienta da mesma forma quanto à transladação do Santíssimo Sacramento, que deve ser conservado no tabernáculo.
O documento também oferece a mesma oração do ano passado para a intenção particular que pode ser inserida na Oração Universal durante a Celebração da Sexta-feira Santa.
Para a Adoração da Santa Cruz, “seja utilizada a genuflexão simples ou outro gesto apropriado, evitando a utilização do beijo ou qualquer outro contato físico”.
Todas as orientações estão disponíveis no documento completo. Acesse aqui.
Decisões prudentes e esperança
“Concebidas para tempos normais, as normas e diretrizes contidas nos livros litúrgicos não são inteiramente aplicáveis em tempos excepcionais de crise como estes. Portanto, o Bispo, como moderador da vida litúrgica na sua Igreja, é chamado a tomar decisões prudentes para que as celebrações litúrgicas se desenvolvam frutuosamente para o Povo de Deus e para o bem das almas que lhe são confiadas, no respeito da salvaguarda da saúde e das prescrições das autoridades responsáveis pelo bem comum”.
A Comissão recorda a encíclica Fratelli Tutti. Assim, deseja que a celebração do Mistério da Páscoa “reafirme aquela esperança ousada que sabe olhar para além das comodidades pessoais, das pequenas seguranças e compensações que reduzem o horizonte, para se abrir aos grandes ideais que tornam a vida mais bela e digna’. Caminhemos na esperança!” (Fratelli Tutti, n. 55).