Novo plano pastoral para evangelização da juventude é focado na missão e na formação integral dos jovens

Huanna Cruz
Da Redação

A Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) prepara um novo plano pastoral para o trabalho de evangelização dos jovens brasileiros. A proposta é focada na missão e na formação integral dos jovens, visando à promoção do seu protagonismo eclesial e social.

Segundo o presidente da Comissão, Dom Nelson Francelino Ferreira, o trabalho começou antes da pandemia com uma escuta nacional, iniciando pelas dioceses e, por fim, pelos Regionais da CNBB. Em 2020 e 2021 não foi possível realizar os encontros presenciais devido à pandemia. Em junho desse ano, no encontro de revitalização da Pastoral Juvenil, o processo de escuta foi sintetizado com a participação de mais de 100 delegados dos setores juvenis das arquidioceses e dioceses e representantes das especificidades juvenis presentes.

“A partir dessa longa escuta, a comissão, tendo em mãos todo esse material, vai sistematizar e organizar o III Plano de Pastoral Juvenil da Igreja do Brasil”.

Além do processo de escuta, o plano tem como base escrita o Documento 85 da CNBB e a Exortação Pós Sinodal “Christus Vivit”, do Papa Francisco. E entre os envolvidos no plano pastoral para evangelização dos jovens brasileiros, pode-se dizer que foram todos os jovens que se prontificaram a dar as contribuições, através do Setor Juvenil Arqui(diocesano), orientados pelos seus bispos e presbíteros referenciais, bem como a Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da CNBB.

Missão Jovem na Amazônia

Dom Nelson também recordou a Missão Juvenil na Região amazônica, na “Prelazia de Tucumã”, realizada em janeiro deste ano. Não foi uma missão voltada para a juventude em si, mas voltada para uma Evangelização geral, na mais recente prelazia criada no Brasil.

“Levamos a nossa juventude de fé para a Região e trouxemos uma juventude mais animada e com um conceito mais amplo de Igreja, enriquecida por uma população que mantém uma fé viva e corajosa, apesar de todas as dificuldades. Nesse momento de Pandemia em declínio, nossos jovens encararam as dificuldades financeiras como um grande impedimento; mas erra quem não acredita na criatividade e no entusiasmo deles”.

Os jovens saíram dessa missão menos clericais, se auto percebendo como agentes e protagonistas eclesiais e sociais, desde o batismo, levando um otimismo capaz de incendiar a juventude local, de onde vieram. Dom Nelson ressaltou que percebeu como gritante, naquela região, a ausência de presbíteros e a juventude retornou com o firme propósito de vivenciar esse mês de agosto vocacional com todo o empenho em suas igrejas locais, dando a sua contribuição para ampliar uma cultura vocacional em suas realidades. Foi um tempo muito intenso de promoção do protagonismo evangelizador da juventude.

Projeto “ide” e o novo Plano Pastoral

O Projeto “ide” é uma resposta às necessidades missionárias de todo o país e convida às juventudes a serem protagonistas na missão. Como foi designado no Plano Pastoral anterior, previsto para ser repensado em 2020, não se esgotou, mas diria que se prolongou até 2022.

A missão jovem contribui diretamente com o novo Plano Pastoral, no processo de escuta, estimulada pelo Papa Francisco. A Missão apareceu várias vezes como algo fundamental: a juventude não pode ser marcada por uma passividade, mas sim pelo esforço tenaz a fim de alcançar as metas mais importantes, não fechando os olhos para as dificuldades, mas rejeitando toda a forma de mediocridade. A evangelização juvenil deve se tornar um compromisso de solidariedade para com todos, sobretudo com os mais fragilizados. O Papa Francisco tem confiado na Juventude para ser protagonista em uma Igreja em saída. A próxima Jornada Mundial da Juventude nos provoca profundamente, através da atitude de Nossa Senhora, que sai para servir a prima Isabel.

Reunião da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da CNBB

A reunião da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da CNBB foi realizada na semana passada em Brasília. Estiveram presentes Dom Nelson Francelino, Dom Antônio de Assis Ribeiro e os assessores irmã Valéria Leal e padre Antônio Ramos do Prado. Dom Amilton Manoel não pôde estar presente.

Dom Nelson afirma que, na ocasião, foram tratados assuntos como a sistematização das contribuições colhidas no III Encontro de Revitalização Juvenil; avaliação da Missão na Prelazia de Tucumâ; organização do calendário para 2023; diálogo com a Comissão que está preparando o ano das vocações; partilha e orações.

Para este novo Plano Pastoral, os mais importantes são os Jovens, através dos Setores Juvenis nas dioceses. Na sequência aparecem os bispos e os padres referenciais nos 18 regionais da CNBB, sendo que o novo regional criado ainda não indicou os respectivos referencias.

O principal objetivo do novo Plano Pastoral da Juventude é acolhe-los sem preconceitos e ajudá-los na organização e estruturação. A proposta é fornecer aos jovens uma formação integral com vista à promoção do seu protagonismo eclesial e social em prol da vida e da justiça para todos, incluindo o zelo pela Casa Comum, como é proposto pelo Papa Francisco na Exortação Pós Sinodal Christus Vivit.

Missão da Igreja – revitalizar a fé da juventude no Brasil

Segundo Dom Nelson, para revitalizar a fé da juventude no Brasil à luz da passagem bíblica, referente aos discípulos de Emaús, é preciso aproximar, dialogar e encaminhar para a experiência profunda com o Cristo na Eucaristia, integrando os jovens na comunidade. A ideia é, falando e tocando o coração, sem esquemas pré-fabricados, sem moralismo, poder despertá-los ao anúncio do que, de fato, reencantou a sua vida.

 

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