Documento histórico

Começa encontro da Igreja na Amazônia: 50 anos de Santarém

Reunião marca os 50 anos do caminho da Igreja na Amazônia, recordando o Documento que surgiu do encontro realizado no Seminário São Pio X em maio de 1972

Da Redação, com Celam

Segundo o Cardeal Pedro Barreto, este é um encontro que “é uma oportunidade de encontro” / Foto: Celam

Para celebrar os 50 anos do Documento de Santarém, que marca a vida da Igreja na Amazôniacerca de 100 pessoas – entre  cardeais, bispos, padres, religiosos e leigos, dentre eles representantes dos povos indígenas e comunidades tradicionais – estão reunidos em Santarém (PA). O evento começou nesta segunda-feira, 6, e vai até 9 de junho.

A celebração eucarística que deu início ao encontro foi presidida pelo último bispo ordenado na Amazônia brasileira, Dom Raimundo Possidônio Carrera da Mata. Ele confiou à intercessão de  Maria toda a Igreja na Amazônia, onde tantas realidades ainda precisam verdadeiramente da Ressurreição. 

O bispo coadjutor da Diocese de Bragança recordou que “a Cruz para muitos dos nossos irmãos continua a ser uma realidade todos os dias”Junto a isso, destacou a importância da mística, “que é a expressão de uma fé comprometida que não desiste diante das dificuldades”.

Presença de Maria

O encontro terá a presença materna da imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré, Rainha da Amazônia. A presença quer iluminar alguns dias chamados a ser um momento de fortalecimento da comunhão entre as Igrejas particulares da Amazônia, como Povo de Deus estendido pela grande região. 

Este será um momento para recordar um encontro que levou a Igreja na Amazônia a assumir um rosto, e embarcar em uma evangelização encarnada e libertadora. Uma história construída por rostos concretos, por testemunhas que desafiam a Igreja na Amazônia a construir o futuro.

Uma grande luz para o caminho na Amazônia

Os participantes do IV Encontro da Igreja Católica na Amazônia Legal foram recebidos pelo arcebispo local, Dom Irineu Roman, e pelo presidente do Regional Norte2 da CNBB, Dom Bernardo Bahlmann. 

Foi destacada a importância do encontro realizado há 50 anos e do documento elaborado, ” uma grande luz para o caminho na Amazônia “.

A presidente nacional da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), irmã Maria Inês Vieira Ribeiro, destacou o chamada a continuar o processo de uma Igreja que se apresenta cada vez mais à maneira de Jesus.

A também religiosa, irmã Maria Irene Lopes, destacou o desejo de “criar cada vez mais colegialidade entre os bispos da Amazônia e fortalecer a comunhão com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil ”. “O Espírito de Pentecostes deve marcar o curso do encontro”, este é objetivo da Comissão Episcopal Especial para a Amazônia, da qual é conselheira.

O Cardeal Pedro Barreto também participa do encontro. Ele mostrou sua alegria por poder participar deste momento, celebrado em uma terra sagrada, a Amazônia, ecoando as palavras do Papa Francisco em Puerto Maldonado. Para ele, este é um encontro que “é uma oportunidade de encontro”. 

“Obrigado, porque há 50 anos os bispos se reuniram em nome da Igreja amazônica no Brasil, reunindo Medellín e reunindo o Concílio Vaticano II , esperança, sonhos, que começam a se realizar nos quatro sonhos de que nos fala o Papa Francisco em ‘Querida Amazonia’”. 

Paixão pelo Cristo vivo e pelo Reino

Monsenhor Raimundo Possidônio fez um Memorial do Encontro de Santarém e do caminho posterior da Igreja do Amazonas. Dos bispos de Santarém, o bispo coadjutor de Bragança destacou a “grande consciência de ser Igreja e da realidade”, analisando os documentos elaborados nas reuniões de Manaus (1997) e Santarém (2012). 

Como aspectos fundacionais da Igreja na Amazônia, destacou “a paixão por Cristo vivo e pelo Reino ”. Também o espírito de colegialidade, sinodalidade, comunhão e participação, profecia e martírio, encarnação na realidade e evangelização libertadora.

Santarém foi precedida por um percurso anterior, apresentado pelo bispo, por documentos que foram encarados como um posicionamento, numa atitude profética, dos bispos da região.

Tudo isso influenciou um documento “que criou a cara da Igreja Amazônica ”, que foi se definindo ao longo dos anos, preocupando-se, entre outras coisas, com a questão ecológica e também outras experiências vividas, contempladas em diversos documentos.

Dom Possidônio resumiu dizendo que, ao longo de seis décadas, a Igreja mostrou sua vitalidade e sua posição profética e solidária”.

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