Seguindo o espírito de seu patrono, São Vicente de Paula, a Depaul International trabalha para ajudar os mais pobres na Ucrânia, mesmo enquanto voluntários testemunham o grande sofrimento causado pela invasão em curso
Da redação, com Vatican News
Imigrantes em um campo de detenção para imigrantes ilegais em Mukachevo, pequena cidade a oeste da Ucrânia / Foto: Gleb Garanich – Reuters
Desde o início da guerra, em 24 de fevereiro, mais de mil toneladas de alimentos, remédios e outras ajudas humanitárias foram enviadas à Ucrânia pela Depaul Eslováquia, de acordo com o diretor da organização sem fins lucrativos, Jozef Kákoš.
Recentemente, Kákoš participou de uma reunião em Roma, junto com o presidente do Conselho de Administração da Depaul Ucrânia, o vicentino Pe. Vitaliy Novak, para planejar a ajuda humanitária que será enviada à Ucrânia até 2025. Ambos expressaram gratidão a todos os doadores com as palavras de Jesus do Evangelho: “Tudo o que você fez por um dos meus irmãos menores, você fez por mim” (Mt 25:40).
Kharkiv, Kyiv, Odessa e Transcarpathia
A instituição de caridade distribui alimentos, remédios ou outras ajudas nas áreas mais isoladas de Kharkiv, Kyiv, Odessa e outras cidades para idosos que foram abandonados, bem como para deficientes e pessoas escondidas em porões e bunkers.
“Às vezes, encontramos pessoas morrendo de fome”, disse o padre Vitaliy, natural da Transcarpathia, na Ucrânia. O padre disse ainda que a organização começou a entregar ajuda humanitária assim que os ataques russos começaram no final de fevereiro.
“Quando um grande número de ucranianos se mudou do leste para o oeste do país, mudamos para o leste com nosso caminhão de primeiros socorros”, disse. “Recebemos nosso primeiro carregamento de alimentos e remédios da Eslováquia e trouxe primeiro para Kyiv e depois começou a distribuí-lo em Kharkiv, Odessa e também na Transcarpática ucraniana, porque, de repente, havia muitos refugiados, cerca de 500 mil”.
Comida e roupa
O chefe do Depaul Ucrânia também falou sobre o impacto que a generosidade do doador em todo o mundo causou nele e nas pessoas que recebem a ajuda. Ele encontra um paralelo com as palavras de Jesus no Evangelho.
“Eu estava com fome e você me deu comida. Estas são as palavras de Jesus que encontram a maior aplicação em nossas vidas hoje. Milhões de pessoas passam fome. E hoje, a Eslováquia — e outros países — levantaram-se para me dar algo para comer. Oferecem a mim, um ucraniano, sua ajuda, já que agora não tenho recursos e não tenho como obtê-la”.
Pe. Vitaliy acrescentou: “Eu estava doente e você me visitou; Eu estava nua e você me vestiu. Estamos fazendo a mesma coisa agora e continuamos neste espírito. Vejo que (…) alguém está nos matando, mas outra pessoa está de pé e nos ajudando, e quer reduzir ao máximo as consequências e o sofrimento dessa guerra brutal e sangrenta”.
Ele lamentou as muitas pessoas que são mortas ou feridas todos os dias na Ucrânia, e o trauma psicológico que tantas mulheres e crianças sofrem.
O padre vicentino disse que a Depaul Eslováquia está trabalhando para criar uma equipe de resposta ao trauma, “para garantir que os necessitados tenham um lugar seguro onde possam passar pelo menos o próximo inverno”.
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