Domingo da Misericórdia

Celebrar a Divina Misericórdia é celebrar o mistério da salvação, diz padre

Festa da Divina Misericórdia é celebrada neste segundo Domingo da Páscoa, 24; padre reflete sobre solenidade e explica tradicional imagem de Jesus Misericordioso 

Julia Beck
Da redação

Foto: Wesley Almeida – Canção Nova

Desde o dia 30 de abril de 2000, no segundo Domingo da Páscoa, a Igreja celebra também o Domingo da Divina Misericórdia.

A solenidade, que acontece neste domingo, 24, foi instituída pelo Papa João Paulo II e marca também o dia da Canonização de Santa Faustina.

O pároco da Paróquia Santa Luzia da Diocese de São Miguel Paulista (SP), padre Edson Donizetti Castilho, SDB, destaca que a Festa da Divina Misericórdia apresenta dois aspectos. São eles: o reconhecimento de Jesus Cristo, Deus Vivo e Ressuscitado, como sendo o “rosto da misericórdia do Pai”; e as experiências místicas de Santa Faustina Kowalska.

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Sobre o primeiro aspecto, o sacerdote reforça que as páginas do Evangelho de Cristo são plenas de gestos e palavras de Jesus Cristo que expressam, de maneira inquestionável, o valor da misericórdia como caminho de santidade e fidelidade ao projeto do Reino novo instaurado por Ele.

Santa Faustina

Padre Edson Donizetti/ Foto: Arquivo Pessoal

Ao comentar sobre Santa Faustina Kowalska, o presbítero a descreve como uma mulher que tinha os “olhos totalmente voltados para o Cristo” e que, na adesão da fé, foi totalmente envolvida pela força do Seu amor.

“Desejava ser santa e entendia que não conseguiria alcançar a santidade se não fosse capaz de reconhecer o primado de Deus em sua vida; como escreveu ela: ‘Ó meu Jesus, desejo amar-vos com um amor tão grande com que até então nenhuma alma vos tenha amado’”.  

Em seu caminho de crescimento espiritual, padre Edson afirma que Santa Faustina acabou por mergulhar totalmente, sem reservas, no imenso mar da misericórdia divina.

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“Nessa relação de intimidade profunda, o próprio Cristo Jesus começou a se manifestar, de maneira particular, com revelações privadas a ela”, sublinha.

Segundo o sacerdote, Cristo indicou a ela, sobretudo, a centralidade do mistério da misericórdia divina e sua urgência para a transformação do mundo e da história.

“Ele reafirmou ainda para Santa Faustina a força libertadora presente em sua Cruz Redentora: dali pendeu para o mundo a salvação!”, frisa.

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Por isso São João Paulo II instituiu essa importante festa no mesmo dia da canonização de Santa Faustina Kowalska.

Divina Misericórdia

Padre Edson comenta que a Igreja é, para o mundo, sacramento da salvação, da redenção do mundo alcançada por Cristo Jesus. “Ele pagou um alto preço para que a humanidade fosse redimida (…). Tudo fez por amor! O justo ‘morreu pelos injustos’”.

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Tendo descido à mansão dos mortos, Jesus não ficou acorrentado, aprisionado entre os mortos, recorda o sacerdote. Como havia prometido, Ele ressuscitou, e a Igreja anuncia essa grande verdade.

“Cristo Ressuscitado continua a cobrir toda a humanidade com a força do Seu amor misericordioso”, aponta. O presbítero ressalta então que a Divina Misericórdia “não nos trata segundo nossos pecados e iniquidades”; é ela que veio para encontrar os pecadores, doentes, excluídos e propor a todos um caminho de vida plena, abundante.

“Ao propagar a Divina Misericórdia, a Igreja, como mãe, está nos estimulando num caminho que conduz ao ‘coração manso e humildade de Jesus’ e, ao mesmo tempo, nos ensinando que a escola do Coração Misericordioso de Cristo é a melhor escola a ser visitada para aprender a dimensão essencial do Evangelho e mergulhar no valor primeiro do Novo Reino: o mandamento do amor” – Padre Edson Donizetti

Sacramento da reconciliação

Ao comentar a relação entre a Divina Misericórdia e o Sacramento da reconciliação, o sacerdote reforça: “É estreita e imediata”.

De acordo com padre Edson, vivenciar/buscar o sacramento da confissão (ou da reconciliação) é se permitir um encontro profundo com a Misericórdia Divina.

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Esse encontro revela a experiência do Pai Amoroso que abraça o filho pródigo e faz festa porque “ele estava perdido e foi encontrado”, sublinha.

Jesus Misericordioso

Tradicional imagem de Jesus Misericordioso/ Foto: Alexey Gotovskiy – CNA

A espiritualidade da Divina Misericórdia também está relacionada com a tradicional imagem de Jesus Misericordioso. Ela foi concebida por Santa Faustina a partir das revelações feitas a ela por Jesus. Essa experiência mística é narrada em seu diário.

A imagem fala por si, aponta padre Edson. “Daquele coração pleno de amor, como potentes raios, brotam insondáveis, surpreendentes e maravilhosos gestos de amor, misericórdia, perdão, salvação”.

O raio vermelho, explica o presbítero, recorda o sangue e o raio mais claro, a água. “Quando já prestes a entregar sua vida no pleno e fiel cumprimento da vontade do Pai, ferido e aberto com uma lança, “do seu lado aberto jorraram sangue e água”; deu a vida por amor!”, frisa.

O olhar do Cristo é firme, como quem contempla todos aqueles que ama, observa o presbítero.  “É fascinante como quem convoca para estar ao Seu lado”, complementa. As mãos de Jesus são “mãos que abençoam”.

“Suas vestes são resplandecentes, porque Ele está vivo, ressuscitado e continua a derramar graças sobre toda a humanidade”, destaca.

Sobre o pedido presente na imagem: “Jesus, eu confio em Vós”, o sacerdote ressalta que é uma doce e nobre tarefa a ser renovada por todos.

Celebrar o mistério da Salvação

Por fim, padre Edson afirma que celebrar a Festa da Divina Misericórdia é celebrar o mistério da salvação, o gesto de supremo amor do Cristo que morreu e ressuscitou pela redenção do mundo.

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“Morreu e ressuscitou pelos de ontem, pelos de hoje e pelos de amanhã. Uma compreensão mais profunda da Divina Misericórdia nos motiva a uma vivência mais decidida e corajosa do amor como ensinado por Cristo! ‘Amais-vos uns aos outros COMO EU VOS AMEI’”.  

A Divina Misericórdia ensina os caminhos de uma profunda conversão, comenta. Por isso, o presbítero aponta que dizer que “se ama a Deus, mas não se ama os irmãos” é uma prática mentirosa.

“É preciso se abrir à luz que é o próprio Cristo e beber nas perenes fontes do Seu amor, recordando sempre que a “misericórdia triunfa sobre o juízo”, conclui.

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