Apelo no Dia Mundial

Cáritas International pede defesa dos trabalhadores humanitários

Nesta terça-feira, 19, Dia Mundial da Ajuda Humanitária, Cáritas International lança um apelo para recordar aqueles que levam socorro ao mundo

Da Redação, com Vatican Media

Foto: Caritas Internacional

Somente em 2024, mais de 380 trabalhadores humanitários foram mortos em 20 países diferentes durante o exercício de suas missões. Essa tendência não mostra sinais de redução e 2025 já se anuncia ainda pior, com pelo menos 128 pessoas mortas nos primeiros cinco meses do ano em 17 áreas de crise. Por ocasião do Dia Mundial dedicado aos trabalhadores humanitários, celebrado nesta terça-feira, 19, a Cáritas Internacional lança um apelo para recordar aqueles que perderam a vida prestando ajuda vital em tempos de crise e exorta os governos a combater a impunidade nos ataques contra civis e trabalhadores humanitários.

A Cáritas Internacional, braço humanitário da Igreja Católica no mundo, compromete-se a amplificar a voz dos líderes religiosos e dos fiéis abalados pelas atrocidades cometidas em Gaza, no Sudão, Sudão do Sul, Ucrânia, Mianmar e em outras zonas de conflito, e convida os que detêm poder a pôr fim à violência, reconhecendo a dignidade e o valor intrínseco de cada vida humana.

Presente em mais de 162 países e territórios, a confederação Cáritas tem ampla experiência dos riscos enfrentados pelos socorristas na linha de frente dos conflitos. Em países tão diversos como Sudão do Sul, Colômbia e República Democrática do Congo, a Igreja local permanece presente, oferecendo ajuda e proteção mesmo quando todas as outras agências humanitárias precisam se retirar por motivos de força maior.

Chamado à ação

“A opinião pública mundial acompanha pelos noticiários e pelas redes sociais os horrores aos quais civis e trabalhadores humanitários estão submetidos em Gaza, no Sudão, na Ucrânia e em outros lugares”, declarou Alistair Dutton, secretário-geral da Cáritas Internacional, lembrando que “para os colaboradores da instituição que atua na linha de frente dos conflitos, essa é a realidade cotidiana do seu trabalho”. Por isso, a organização humanitária pede que neste Dia Mundial da Ajuda Humanitária todos dediquem um momento para refletir sobre o que podem fazer, e o que seus governos podem fazer, para apoiar aqueles que assistem as populações em zonas de guerra e para pôr fim à violência contra civis. “Se não houver um compromisso real e uma responsabilidade concreta – reforça Dutton –, as atrocidades continuarão.”

Respeito ao direito internacional humanitário

A necessidade de maior proteção, apoio e responsabilização já alcançou um ponto crítico. Por isso, neste Dia Mundial da Ajuda Humanitária, a Cáritas Internacional pede com urgência mais proteção para os trabalhadores humanitários e para os civis, bem como um renovado compromisso político em favor do direito internacional humanitário.

Nesse sentido, a instituição caritativa recorda as palavras pronunciadas recentemente pelo Papa Leão XIV em encontro com as obras de ajuda às Igrejas Orientais: “É desanimador ver que a força do direito internacional e do direito humanitário já não parece obrigar, substituída pelo presumível direito de obrigar os outros com a força.”

Um ano dramático

O ano de 2025 – afirma o apelo da Cáritas Internacional – tem sido um dos mais sangrentos para os trabalhadores humanitários: “Hoje recordamos também os colegas que perdemos nos últimos anos, entre eles Viola Al Amash e Issam Abedrabbo, da Cáritas Jerusalém, além de outros colaboradores mortos em Mariupol, na Ucrânia, e no Níger. Mas, acima de tudo, pedimos com clareza e sem hesitação a proteção daqueles que dedicam a própria vida ao serviço dos outros. O compromisso deles nos impulsiona não apenas a honrá-los, mas também a agir.”

Dia Mundial

A data comemorativa foi instituída pela ONU em memória do atentado de 19 de agosto de 2003 em Bagdá, no Iraque, que tirou a vida de 22 pessoas, entre elas o enviado especial da ONU, Sergio Vieira de Mello. Desde então, esse dia tornou-se símbolo de compromisso e sacrifício pelo bem comum, chamando a atenção para a necessidade de proteger o trabalho dos trabalhadores humanitários, frequentemente realizado em contextos de altíssimo risco.

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