Homilia

Cardeal Semeraro recorda Paulo VI: modelo de amor e fidelidade à Igreja

Em homilia, Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos recorda São Paulo VI, 43 anos após sua morte 

Vatican News

Papa Paulo VI/ Foto: Daniel Ibanez – CNA

“Gostaria, ao terminar, de estar na luz” assim escreveu Paulo VI, em seu Pensamento da Morte. Hoje, ele “está na luz”, afirmou o Cardeal Marcello Semeraro, Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, durante a homilia da Missa celebrada na manhã desta sexta-feira, 6, na Capela Húngara das Grutas do Vaticano, no aniversário da morte do Santo Pontífice, ocorrida na festa da Transfiguração, há 43 anos.

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Amor pela Igreja

Referindo-se precisamente a esse episódio evangélico, o cardeal recordou a imagem da “nuvem luminosa” que “cobria os discípulos com sua sombra” e que agora “o cobre também”. Ele explicou que essa segurança é oferecida pela “voz da Igreja, que Paulo VI amava muito”, como ele mesmo assegurou:

“Poderia dizer que sempre a amei… Mas gostaria que a Igreja soubesse disso”. E “a Igreja hoje o conhece melhor do que ontem”.

O prefeito disse estar certo de que o relato evangélico da Transfiguração “deve ter ficado impressionado na mente e no coração” do Papa Montini. Sabemos”, disse ele, “que quando foi nomeado Arcebispo de Milão, ele queria como lema as palavras que lemos na Segunda Carta de Pedro: cum ipso in monte sancto (1, 18)”, mas “ele foi dissuadido de fazê-lo, porque o texto parecia mais adequado a um contemplativo, do que a um bispo”.

No entanto Paulo VI, continuou Semeraro, “foi um contemplativo e estou pessoalmente convencido de que a chave para compreender a maioria de seus escritos, especialmente os seus escritos privados, é precisamente a mística”. Não é coincidência, acrescentou, que ele tenha escolhido a festa da Transfiguração, 6 de agosto de 1964, como data para a publicação de sua primeira encíclica Ecclesiam Suam.

A Ecclesiam Suam

A Encíclica, observou o cardeal, é lembrada “como a encíclica do diálogo”. E se “Moisés e Elias falam com Jesus, se o Pai do céu dirige sua voz aos homens – observou – significa que no Paraíso não há somente o coro de anjos que canta”, mas “há também diálogo entre os santos”: imersos como estão “no amoroso diálogo trinitário, também os santos no Paraíso dialogam”.

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Portanto, “se ainda hoje, como esperava Paulo VI, a Igreja na terra quer se tornar palavra, mensagem e diálogo, deve ter nos “diálogos” da Igreja no céu sua inspiração, seu modelo, seu critério”.

Francisco dá continuidade ao magistério de Paulo VI

Em conclusão, ao exortar as pessoas a “agradecer ao Senhor pelo dom dado à Igreja na pessoa de São Paulo VI”, o cardeal convidou todos a “rezar por nosso Santo Padre, o Papa Francisco”, salientando que muitas de suas palavras devem ser lidas “em continuidade com o magistério de Paulo VI e como seu desenvolvimento”.

Invocamos também a intercessão deste “querido santo”, acrescentou, “para que o amor, a fidelidade e a dedicação pela Santa Igreja possam aumentar também em nós”.

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