O secretário de Estado, Cardeal Pietro Parolin, apresentou o livro intitulado “contra a guerra”, na última sexta feira.
Da Redação, com Vatican News
A apresentação do livro “Contra a guerra” aconteceu na Universidade Maria Santíssima Assunta, em Roma, na última sexta feira, 29. O livro foi escrito pelo secretário de Estado cardeal Pietro Parolin, e publicado pela Livraria Editora Vaticana e pela editora Solferino.
As intervenções e apelos do Papa contra a guerra e a favor do desarmamento e do diálogo, compõem o volume.
Durante a apresentação da obra, o Cardeal Parolin afirmou que a paz é do interesse de todos os povos, e que é preciso intensificar a participação em organizações internacionais e maior capacidade nas iniciativas europeias.
O cardeal fez um apelo para superar as posições rígidas, caso contrário a guerra continuará a devorar os filhos da Ucrânia: “Hoje precisamos de uma nova Conferência de Helsinque”, afirmou ao recordar o evento de 1975, que representou um passo fundamental para deter a Guerra Fria.
E continuou: “Uma Conferência como esta poderia pôr um ponto final nos horrores do presente: O conflito na Ucrânia é um verdadeiro sacrilégio, em contínuo aumento”.
Esquema de paz
Ao partir da leitura das páginas do volume, que ressaltam a radicalidade do não à guerra expresso pelo Papa, o Cardeal-Secretário de Estado propõe um “esquema de paz” que se contrapõe ao “esquema de guerra”.
“Diante da tragédia que acontece na Ucrânia, e diante das milhares de mortes de civis, das cidades destruídas e dos milhões de refugiados, mulheres, idosos e crianças obrigados a deixar suas casas, não podemos reagir segundo o que o Papa chama de esquema de guerra” continuou o Cardeal.
Armas: uma resposta frágil
O Cardeal Pietro Parolin pede para que seja intensificada a participação em organizações internacionais e maior capacidade nas iniciativas europeias, e afirmou que a Europa cristã, está sendo envolvida na ‘terrível guerra’ na Ucrânia.
“Não quero entrar na questão das decisões dos vários países de enviar armas à Ucrânia, pois, como nação, têm o direito de se defender de uma invasão. Porém, limitar-se às armas é uma resposta frágil.”
O cardeal acredita que ao contrário, uma resposta forte deveria ser a de tomar iniciativas para deter o conflito e se chegar a uma solução negociada.
Mensagem de não-violência
O Cardeal Secretário de Estado recordou os apelos Papa Francisco, destacando o risco de considerá-los como obrigatórios, o que seria um modo desencantado de encarar o magistério do Papa. um abismo sempre maior entre a sua palavra e a realidade.
Dessa forma perde-se de vista o fato de que a mensagem de não-violência do Papa provém do Evangelho, onde Cristo crucificado, inerme no patíbulo, “enfrentou uma morte injusta, sem reagir”.