Sequestradores seriam um grupo de separatistas; sequestro estaria ligado ao encorajamento dado pelo cardeal para crianças irem à escola
Da Redação, com Agência Fides
O arcebispo emérito de Douala, Camarões, Cardeal Christian Tumi, foi sequestrado nesta quinta-feira, 5, por volta das 18h, na estrada entre Bamenda e Kumo, no noroeste do país. Também teriam sido sequestradas outras doze pessoas, entre as quais o rei Fon de Nso, uma autoridade moral tradicional.
“Temos fé de que o cardeal e os outros serão libertados sãos e salvos. Estamos procurando todos os meios possíveis para assegurar a libertação deles. Convidamos os camaroneses a rezar a Deus por isso”, afirma o bispo de Kumbo, Dom George Nkuo, que se diz otimista sobre a libertação do Cardeal Tumi.
Leia também
.: Bispos do Reino Unido e religiosos pedem fim da violência em Camarões
Os sequestradores seriam um grupo de separatistas “ambazonianos” guiados por seu general, que se intitula Chaomao, um ex-pastor que teria acusado o cardeal de encorajar as crianças para irem à escola.
No dia 24 de outubro, oito crianças foram mortas por suspeitos agressores separatistas de Kumba, no sudeste, durante um ataque ao colégio, a Academia bilíngue internacional Madre Francisca.
Leia também
.: Bispo agradece ao Papa por apelo às vítimas de tiroteio em escola
O sequestro do cardeal Tumi, que tem 90 anos de idade, foi condenado por muitos camaroneses. Isso acontece menos de uma semana após 11 professores do berçário e da escola primária presbiteriana terem sido sequestrados do campus de sua escola em Kumbo.
O cardeal é empenhado na resolução da crise que desde 2016 atinge as regiões noroeste e sudoeste de Camarões. Por várias vezes ele convidou o governo e os separatistas de língua inglesa a um diálogo inclusivo para uma solução ao conflito.
Ao término da audiência geral do dia 28 de outubro, o Papa Francisco deixou um apelo por Camarões: “Espero que as armas se calem e que a segurança de todos, o direito de cada jovem à educação e ao futuro possam ser garantidos”.