Grupo que realiza o espetáculo “Laudato Si’. O Espaço da Vida na Terra” encontrou-se e apresentou-se a Francisco ao final da Audiência Geral desta quarta-feira, 24
Da Redação, com Vatican News
Na manhã desta quarta-feira, 24, em meio à Praça São Pedro, um grupo chamou a atenção. Eram jovens brasileiros que dançavam, cantavam e jogavam capoeira, esperando encontrar-se com o Papa Francisco. Ao final da Audiência Geral, aconteceu o esperado encontro com o Santo Padre.
Diante do Pontífice, o grupo seguiu demonstrando sua alegria enquanto se apresentava. Depois da interpretação, os jovens entregaram a Francisco um cocar azul e cantaram o “Rap da Felicidade”. A música, grande sucesso nos anos 1990, foi composta por Mc Doca e Mc Cidinho e denuncia as realidades da favela.
Rodrigo Baima, professor de dança e coreógrafo, contou que “estar ali com o Papa, (…) foi muito importante para cada menino e menina”. Ele ainda partilhou que Francisco perguntou se eles não se cansavam de estar há horas cantando, pulando, dançando e jogando capoeira, ao passo que todos os jovens gritaram “não”.
A história do grupo
O grupo é oriundo do bairro de Marcos Moura, um dos mais carentes e violentos da cidade de Santa Rita, na Paraíba. De lá, 21 jovens saíram para apresentar sua cultura em um espetáculo original e conquistar o mundo.
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O responsável pela apresentação é justamente Rodrigo Baima, idealizador e protagonista do espetáculo. Intitulado “Laudato Si’. O Espaço da Vida na Terra”, tudo foi pensado e produzido em defesa da Amazônia e para divulgar a ecologia integral.
Laudato Si’
O nome da apresentação é inspirado na Carta Encíclica Laudato Si’, publicada em 2015. Nela, o Papa Francisco escreve sobre a necessidade de cuidar da casa comum e da preservação ambiental para as gerações futuras. O documento completa oito anos nesta quarta-feira, 24, e esse fato também motivou o encontro com o Pontífice.
“Nós precisamos cuidar do pulmão amazônico, e a Laudato Si’ vem exatamente com esse propósito para que o mundo e todas as pessoas do bem comum possam se voltar e ajudar esse espaço e a ecologia integral”, declarou Rodrigo.
Para que o espetáculo surgisse e ficasse pronto, foram quase dois anos de viagens, pesquisas, seleções e ensaios. Um período de formação ecológica junto aos povos indígenas ganhou inclusive colaboração do Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral da Santa Sé.
De Marcos Moura para o mundo
Desde então, o grupo tem se apresentado em diversos lugares. Começou no Brasil, com algumas exibições em São Paulo. Depois, rumou para a Europa: esteve em na Paróquia de São Pio X em Roma, na sexta-feira, 19, e no Festival de Cinema de Cannes na França, no domingo, 21.
Nesta última parada, a diretora Lia Beltrami apresentou o filme “Amazonia. The Space of Life on Earth” (“Amazônia. O Espaço da Vida na Terra, em tradução livre). O documentário está em pré-produção e tem como protagonista o próprio Rodrigo Baima, com a sua história de vida a partir dos desafios de uma favela. A película será lançada em 2024.