Os nove jornalistas haviam se refugiado em floresta ao norte de Moçambique, após invasão da emissora católica pelo Estado Islâmico
Da redação, com Fides
Nove jornalistas de uma rádio católica da província de Cabo Delgado, na diocese de Pemba, em Moçambique, obrigados a se abrigar no mato depois que rebeldes do Estado Islâmico invadiram a sede da emissora, foram encontrados em segurança. Os profissionais estavam refugiados há 15 dias.
“O Fórum Nacional das Rádios Comunitárias (FORCOM) informa que os nove jornalistas da redação da Rádio Comunitária de São Francisco de Assis, localizada no distrito de Muidumbe, província de Cabo Delgado, encontram-se em zona segura, após terem sobrevivido por 15 dias na floresta ”, relata um post na página do FORCOM no Facebook.
O Fórum da Rádio Comunitária “conseguiu dar apoio logístico a todos os jornalistas para chegar às zonas relativamente seguras de Namialo, Montepuez e Pemba”.
Os dois últimos jornalistas do grupo chegaram em segurança no dia 16 de novembro e “já se encontram com os seus familiares no distrito de Montepuez”, afirma o FORCOM. No entanto, a situação dos profissionais continua precária devido à falta de alimentos “para garantir o sustento dos jornalistas e das suas famílias” e ao receio de que “os rebeldes ataquem toda a província de Cabo Delgado”.
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Entenda o caso
No dia 31 de outubro, toda a equipe editorial da Rádio Comunitária São Francisco de Assis evacuou as instalações da rádio depois que os rebeldes atacaram a igreja paroquial do Sagrado Coração de Jesus, no bairro de Muidumbe onde fica a emissora, obrigando os nove jornalistas, juntos com suas famílias, a escaparem e se refugiarem na floresta. Na tentativa de bloquear a violência jihadista, que atualmente se espalha no sul da Tanzânia, os chefes de polícia da Tanzânia e de Moçambique decidiram lançar operações conjuntas contra combatentes ligados ao chamado “Estado Islâmico”.
O Inspetor Geral da Polícia da Tanzânia, Simon Sirro, e seu homólogo moçambicano Bernardino Rafael se encontraram em 20 de novembro na cidade fronteiriça de Mtwara, no sul da Tanzânia. A reunião aconteceu um mês depois de cerca de 300 supostos militantes islâmicos de Moçambique atacarem a aldeia Kitaya de Mtwara, matando um número desconhecido de pessoas. Na província de Cabo Delgado, os jihadistas mataram mais de 2.300 pessoas, e fez com que 500.000 habitantes fugissem.