Durante a 61ª Assembleia dos Bispos do Brasil, Dom Laurent Birfuoré Dabiré relatou a realidade dura a qual sua nação é submetida por conta do terrorismo
Da redação, com CNBB
Durante a segunda sessão da 61ª Assembleia dos Bispos do Brasil, o bispo de Burkina Faso, Dom Laurent Birfuoré Dabiré, trouxe uma intervenção contundente em um painel no qual expôs os desafios enfrentados pela Igreja em seu país, profundamente marcado pelos horrores do terrorismo e suas consequências devastadoras.
Com uma eloquência marcante, dom Dabiré, presidente da Conferência Episcopal de Burkina Faso e Níger, desde 2019, e também bispo de Dori, compartilhou com os presentes na assembleia um relato franco e tocante da realidade que assola sua nação. Em sua fala, abordou o tema crucial “Terrorismo e suas Consequências na África Ocidental”, contextualizando a grave situação que aflige não apenas Burkina Faso, mas toda a região.
O bispo descreveu com profundidade como o terrorismo, com suas raízes profundamente conectadas ao contexto internacional posteriores ao 11 de setembro de 2001, encontrou terreno fértil na África Ocidental. Grupos terroristas estabeleceram uma presença nefasta, lançando a população local em um abismo de violência indiscriminada e instabilidade política. Dom Dabiré destacou ainda os fatores socioeconômicos que alimentam esse ciclo de terror, como pobreza, tráfico de órgãos e pessoas e desintegração das estruturas estatais.
“Como os que estão no Brasil, do outro lado do Atlântico, podem nos ajudar?”, indaga o bispo. “Primeiro lugar, por meio da oração. Em segundo, a ajuda moral. Também pelas vozes: o Brasil pode falar, explicar, exprimir-se. Se o mundo, se a Igreja no mundo todo perceber que o País fala sobre Burkina Faso, haverá uma grande diferença”, afirmou o prelado.
Diante desses desafios, o bispo ressaltou a resiliência e a vitalidade da Igreja em Burkina Faso. Apesar das adversidades, a comunidade católica no país continua a desempenhar um papel fundamental na sustentação espiritual e material de seus fiéis. Destacou o compromisso da Igreja em promover o diálogo inter-religioso e a solidariedade, seguindo os princípios de fraternidade e respeito preconizados pelo Papa Francisco na encíclica Fratelli Tutti.