A máxima jurisdição australiana acolheu o apelo do Cardeal George Pell, condenado a 6 anos de prisão por abusos de menores; ele sempre declarou inocência
Vatican News
O Supremo Tribunal da Austrália, último grau da justiça no país, acolheu nesta quarta-feira, 13, o apelo apresentado pelo Cardeal George Pell contra a condenação a 6 anos de prisão por ter abusado de dois adolescentes, em veredicto de dezembro de 2018 do Tribunal de Melbourne. A sentença de primeiro grau, divulgada publicamente em fevereiro deste ano, foi confirmada em agosto pela Suprema Corte do Estado de Victoria, com o voto de dois dos três juízes.
O purpurado, que sempre se declarou inocente e rejeitou todas as acusações, tinha decidido apelar ao Supremo Tribunal. O organismo deverá se reunir em plenária em data ainda não definida.
Segundo os advogados de Pell, a opinião divergente de um dos três juízes da Corte de Apelação, Mark Weinberg, pode fornecer motivos razoáveis para revogar a condenação: segundo esse magistrado, o veredicto não satisfaz o princípio de que uma pessoa pode ser condenada somente se as provas demonstram a culpa, para além de qualquer dúvida razoável.
A declaração dos bispos australianos
Em uma declaração, o arcebispo Mark Coleridge, presidente da Conferência Episcopal do país, afirma que “todos os australianos têm o direito de recorrer com um apelo contra uma sentença junto ao Supremo Tribunal” e “o Cardeal George Pell exerceu tal direito”.
O Supremo Tribunal, observa o arcebispo, estabeleceu que a sua condenação merecia uma revisão. Essa decisão “vai prolongar aquele que foi um processo longo e difícil”, conclui Dom Mark, “mas só podemos esperar que o apelo se realize tão logo será racionalmente possível” e que a sentença da Suprema Corte trará “clareza” a todos.