Maior aumento percentual foi registrado na África; Brasil continua sendo o país com o maior número de católicos, com 182 milhões
Da Redação, com Vatican News

Foto: Daniel Xavier
A população católica mundial aumentou em 1,15% entre 2022 e 2023, passando de aproximadamente 1 bilhão e 390 milhões para 1 bilhão e 406 milhões. O dado está presente no Anuário Pontifício 2025 e Anuário Estatístico Eclesial 2023, que reúnem informações estatísticas da Igreja Católica no mundo. A elaboração é feita pelo Escritório Central de Estatística da Igreja, da Secretaria de Estado.
Entre os continentes, a África lidera o aumento percentual (3,31%). No continente africano estão 20% dos católicos de todo o planeta. A República Democrática do Congo é confirmada em primeiro lugar no número de católicos batizados, com quase 55 milhões, seguida pela Nigéria, com 35 milhões. Uganda, Tanzânia e Quênia também registram números respeitáveis.
Com um crescimento de 0,9% no biênio, a América consolida sua posição como o continente ao qual pertencem 47,8% dos católicos do mundo. Desses, 27,4% residem na América do Sul, onde o Brasil, com 182 milhões, representa 13% do total mundial e continua sendo o país com o maior número de católicos. O restante dos católicos no continente americano se concentra na América do Norte (6,6%) e na América Central (13,8%).
O continente asiático registra um crescimento de católicos de 0,6% no biênio. A Europa, embora abrigue 20,4% da comunidade católica mundial, continua sendo a área menos dinâmica, com um crescimento no número de católicos no biênio de apenas 0,2%. Essa variação, por outro lado, diante de uma dinâmica demográfica quase estagnada, se traduz em uma ligeira melhora na presença de católicos, chegando a quase 39,6% em 2023. Itália, Polônia e Espanha possuem uma incidência de católicos superior a 90% da população atual. Os católicos da Oceania são pouco mais de 11 milhões em 2023, 1,9% a mais do que em 2022.
Panorama do clero
O levantamento traz ainda dados sobre o número de bispos, que também aumentou no período analisado (dois anos), com uma variação geral de 1,4%. Esse movimento de crescimento é encontrado em todos os continentes, com exceção da Oceania, onde o número de bispos não mudou no biênio. A variação relativa é um pouco mais acentuada na África e na Ásia e abaixo da média mundial na Europa e na América.
Com relação ao número de padres, observou-se aumento na África (+2,7%) e na Ásia (+1,6%), mas redução na Europa (-1,6%), na Oceania (-1,0%) e na América (-0,7%).
Os diáconos permanentes constituem o grupo de clérigos que cresce mais rapidamente. Seu número chegou a 51.433 em 2023, em comparação com 50.150 em 2022, um aumento de 2,6%. As disparidades territoriais permanecem acentuadas: taxas de crescimento significativas são observadas na Oceania (+10,8%) e na América (+3,8%), enquanto há taxas de mudança ligeiramente decrescentes na África e na Europa.
Sobre os religiosos professos e religiosas professas, o levantamento detectou uma diminuição no número, um movimento que ocorreu ao longo do tempo e continuou em 2023, embora em ritmo menos intenso. Um aumento chegou a ser registrado na África em relação aos religiosos professos não sacerdotes, mas em todos os outros continentes houve queda. O estudo mostra que a diminuição na América do Sul se atenuou em comparação com a redução média anual no período anterior, e que há até mesmo uma situação estacionária na América Central.
Apesar da contração observada globalmente e em nível de algumas realidades continentais, as religiosas professas continuam sendo uma realidade não negligenciável: o número total de religiosas representa 45% a mais do que a população sacerdotal.
Por fim, quanto aos seminaristas, a tendência temporal observada no mundo do número de seminaristas maiores denota uma diminuição ininterrupta desde 2012. O número de candidatos ao sacerdócio passou de 108.481 em 2022 para 106.495 em 2023, com uma variação de -1,8%. A diminuição, observada no total mundial, afeta todos os continentes, com exceção da África, onde os seminaristas aumentaram 1,1% (de 34.541 para 34.924). Na Europa, Ásia e América, mas especialmente no primeiro continente, as reduções são significativas (-4,9% na Europa, -4,2% na Ásia e -1,3% na América). Na Oceania, a tendência é negativa e de pouco peso.