No último adeus ao Monsenhor Jonas antes de seu sepultamento, centenas de fiéis se reuniram no Santuário Pai das Misericórdias para rezar na Missa de exéquias
Jéssica Marçal e Thiago Coutinho
Da Redação
Mãos unidas em oração, lágrimas, silêncio. De várias formas a emoção veio à tona para expressar o que brotava do coração: a saudade do Monsenhor Jonas Abib, acompanhada da firme esperança na vida eterna.
A Comunidade Canção Nova esteve toda reunida na tarde desta quinta-feira, 15. Muitos vieram das missões no exterior e os que não vieram se uniram espiritualmente. Padres, bispos e religiosos de várias dioceses do Brasil também vieram à sede da Canção Nova em sinal de solidariedade. Um total de 162 padres, 15 diáconos e 8 bispos marcaram presença. Os que não puderam comparecer, enviaram mensagens de pesar, com palavras de carinho aos filhos que choram a partida do Pai Fundador. Também gratidão por quanto Monsenhor Jonas fez pela evangelização.
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A missa de exéquias foi presidida pelo bispo da diocese de Lorena (SP), Dom Joaquim Wladimir Lopes Dias. “Nosso eterno e querido Monsenhor Jonas Abib se destacou nas últimas décadas na ação evangelizadora no Brasil, América Latina e outras nações. Soube empenhar sua vida pela causa do anúncio da Boa Nova de Jesus”, disse o bispo no início de sua homilia. Ele recordou a biografia de Padre Jonas, desde seus primeiros passos na congregação salesiana em Lavrinhas, interior de São Paulo.
Dom Joaquim recordou a perseverança com que Padre Jonas se dedicava aos jovens. Falou também sobre os primeiros passos que o Monsenhor deu, no longínquo ano de 1978, para formar o que seria a Comunidade Canção Nova. “Por sua vez, a TV Canção Nova serve-se de conteúdo religioso, educativo e jornalístico. Realiza o que São Paulo VI anunciou na [exortação apostólica] Evangelii Nuntiandi: ‘A Igreja se sentiria culpada diante do Senhor se não lançasse mão destes meios potentes que a inteligência humana torna cada dia mais aperfeiçoados'”, observou o bispo.
Citou o projeto Dai-me Almas, os encontros de evangelização (como o Rebanhão, na cidade de Cruzeiro, interior de São Paulo) e os Cenáculos, acampamentos de oração e aprofundamento realizados periodicamente. “Padre Jonas se dedicou incessantemente à evangelização e à efusão do Espírito Santo para uma mudança de vida e busca da santidade”, ponderou o bispo de Lorena.
Os últimos momentos
Padre Jonas lutava contra um câncer mieloma — muito comum em pessoas acima dos 50 anos. A doença foi descoberta em 2021, enquanto o Monsenhor e a equipe médica com quem se tratava investigavam uma anemia e uma alteração nos rins. Fundador da Comunidade Canção Nova, a morte de Padre Jonas comoveu representantes da sociedade civil e da Igreja.
Dom Joaquim Wladimir recordou o quanto o Monsenhor lutou até o fim pela vida. “Soube combater o bom combate com serenidade e fidelidade de fé em Cristo. Nos últimos meses, confiando-se a Nossa Senhora Auxiliadora, como bom filho espiritual de Dom Bosco, perseverou na oração e na firme esperança da vinda do Senhor”.
Depoimentos
Momentos antes da celebração, alguns expoentes da Igreja ofereceram breves depoimentos finais sobre a vida de Monsenhor Jonas Abib. “De fato, é um dia muito diferente, ao mesmo tempo de tristeza e saudade. Uma morte serena. Como é a morte dos santos. Tenho rezado e me perguntado muito sobre isso: ‘o que Deus está falando para nós?’. E Ele está falando muito, falando muito com a Canção Nova. E vamos precisar de tempo para digerir isso. Um profeta que deixou uma mensagem muito forte”, disse Frei Gilson.
“Quando entrei aqui e senti essa energia do povo, percebi que esta é a santidade, alguém que doou sua vida a Deus. Uma força, uma energia que gira a vida”, acrescentou Frei Hans Stapel, fundador da Fazenda Esperança.
Ricardo Augusto Sá Oliveira, missionário e membro que integrou a Comunidade Canção Nova por muitos anos, salientou o quanto o Monsenhor inspirou a santidade. “Ele continua vivo dentro de nós. Todos nós fomos impactados por sua humanidade”.
O sepultamento
O corpo do Monsenhor Jonas Abib foi sepultado na Sala das Graças Alcançadas, no Santuário do Pai das Misericórdias. Uma multidão de fiéis aguardou em fila para visitar o túmulo e se despedir.