NO VATICANO

Papa participa do III Encontro Mundial sobre a Fraternidade Humana

 

 

A Basílica de São Pedro é a sede do III Encontro Mundial sobre a Fraternidade Humana. No evento de dois dias, o Papa Leão XIV afirmou que diante do sofrimento do outro, a resposta não pode ser o silêncio.

Imagens de Vatican Media
Reportagem de Adilson Sabará

O princípio da fraternidade foi enfatizado pelo Papa Leão XIV ao receber os participantes do encontro que reúne personalidades religiosas, gente do meio artístico e da política.

A história bíblica de Caim e Abel norteou o discurso do Santo Padre e de acordo com ele, não pode ser considerada normal. O Pontífice redirecionou a cada um, a mim e a você que acompanha esta reportagem, a pergunta feita a Caim como princípio de reconciliação. “Onde está você no comércio das guerras que tiram a vida dos jovens?”, perguntou o Papa.

apresentando alguns dramas da humanidade hoje ao ceifar ou mutilar a vida de civis, crianças, mulheres e idosos indefesos ao devastar cidades, campos e ecossistemas e deixar para trás escombros e dor. 

Em sua fala, o Santo Padre citou os sofrimentos dos imigrantes, dos que vivem descartados na pobreza e daqueles que, mesmo hiperconectados, vivem a solidão que corrói laços e torna o ser humano estranho até para si mesmo.

A resposta, disse o Papa, não pode ser o silêncio, mas outra direção. Fraternidade é a resposta à indiferença, afirma o Pontífice, reconhecer que o outro é um irmão significa aceitar que não somos filhos únicos, nem mesmo sócios, que estão juntos só por interesse. A fraternidade deve ir além dos elos de sangue e dos laços étnicos e se fundamenta na humanidade comum.

Da semeadura silenciosa pode nascer um processo participativo sobre o humano e sobre a fraternidade, fundado não no poder, mas na cura. Não no lucro, mas no dom. Não na desconfiança, mas na confiança. 

O Pontífice concluiu agradecendo aos envolvidos no encontro. Mergulhado na fraternidade humana, Leão XIV divulgou mensagem de vídeo sobre a candidatura em Lampedusa do projeto Gestos de Acolhimento à lista do patrimônio cultural e material da UNESCO, cuja solidariedade tem sido um símbolo de salvação e esperança para milhares de imigrantes que buscam proteção há décadas. 

Leão X ecoou a condenação do Papa Francisco ao criticar a globalização da indiferença, que nasce de uma mentira, a de que a história sempre foi assim e é escrita pelos vencedores. 

O Santo Padre afirmou que, na verdade, a história é devastada pelos poderosos, mas salva pelos humildes, pelos justos, pelos mártires, em quem a bondade brilha e a humanidade autêntica perdura e se renova.

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