Catequese

Papa: o verdadeiro tesouro se guarda no coração, não nos cofres da terra

Na catequese de hoje, Leão XIV propôs uma leitura pascal da experiência humana marcada pelo ativismo, lembrando que o verdadeiro sentido da vida está no amor de Deus

Da Redação, com Vatican News

Papa Leão XIV cumprimenta fiéis na catequese desta quarta-feira, 17 / Foto: REUTERS/Ciro De Luca

“A Páscoa como refúgio do coração inquieto” foi o tema aprofundado pelo Papa Leão XIV na catequese desta quarta-feira, 17. Seguindo no ciclo de reflexões do Jubileu da Esperança, o Pontífice deixou a mensagem de que o verdadeiro tesouro se guarda no coração, iluminado pela Páscoa de Cristo, não nos “cofres da terra”. É no amor de Deus que o coração humano encontra repouso, sentido e a esperança para a vida, pontuou.

Leão XIV propôs uma leitura pascal da experiência humana marcada pelo ativismo, pela dispersão interior e pela busca, muitas vezes frustrada, de sentido. Logo no início da catequese, ele considerou que a vida humana se caracteriza por um movimento constante que impele a agir. Assim, muitas das atividades que preenchem os dias das pessoas estão ligadas a compromissos práticos, responsabilidades e problemas a resolver. Porém, o excesso de atividades pode se transformar em um turbilhão que rouba a serenidade e impede de viver o essencial, fazendo a pessoa se sentir sentir cansada e insatisfeita.

“O tempo parece ser desperdiçado em mil coisas práticas que, no entanto, não resolvem o sentido último da nossa existência. Por vezes, no final de dias repletos de atividades, sentimo-nos vazios. Por quê? Porque não somos máquinas, temos um ‘coração’; ou melhor, poderíamos dizer, somos um coração.”, explicou.

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A plenitude do coração

Leão XIV destacou que aos fiéis que a verdadeira plenitude do coração não está na posse de bens deste mundo, mas no amor de Deus. Interpretar a vida à luz da Páscoa quer dizer reencontrar o acesso à essência da pessoa humana. “O nosso coração vive inquieto enquanto não repousa em Deus”, disse o Papa evocando Santo Agostinho.

“Este tesouro, porém, só se encontra amando o próximo que encontramos pelo caminho: irmãos e irmãs de carne e osso, cuja presença desafia e questiona o nosso coração, convidando-o a abrir-se e a dar-se. O nosso próximo pede-nos para abrandar o ritmo, para olhá-lo nos olhos, por vezes para mudar de planos, talvez até para mudar de direção.”

A esperança que não desilude

Na conclusão da catequese, o Papa recordou que ninguém pode viver sem um sentido que transcenda o contingente. O coração humano, disse, foi feito para a plenitude e não para a carência. Essa esperança tem um fundamento sólido: Jesus Cristo, que, com a sua Encarnação, Paixão, Morte e Ressurreição, lançou as bases de uma esperança que não decepciona.

“O coração inquieto não se desiludirá se se entregar ao dinamismo do amor para o qual foi criado”, afirmou o Santo Padre. A vitória da vida já é certa e em Cristo continuará a manifestar-se em cada “morte” da vida cotidiana. Esta é, concluiu o Santo Padre, a esperança cristã, dom pelo qual a Igreja é chamada a bendizer e agradecer sempre ao Senhor.

Saudação aos doentes

Antes de se dirigir à Praça São Pedro, o Papa Leão XIV encontrou-se com os doentes reunidos na Sala Paulo VI. Lá, quis saudá-los pessoalmente e oferecer-lhes sua bênção, permitindo-lhes acompanhar a Audiência em um ambiente mais protegido do frio. Próximo do Natal, o Santo Padre desejou que a alegria deste tempo acompanhasse cada um, suas famílias e entes queridos, exortando-os a permanecer sempre confiantes nas mãos do Senhor.

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