Em sua reflexão antes do Angelus deste domingo, 17, Leão XIV apontou desafios no anúncio do Evangelho e destacou convite de Deus à perseverança
Da Redação, com Vatican News

Papa Leão XIV durante a oração do Angelus neste domingo, 17 / Foto: Marco Iacobucci/IPA/Sipa USA via Reuters Connect
Neste domingo, 17, o Papa Leão XIV rezou o Angelus na Piazza della Libertà, em Castel Gandolfo. Diante dos milhares de fiéis reunidos, o Pontífice apresentou uma breve reflexão sobre o Evangelho do 20º Domingo do Tempo Comum (Lc 12, 49-53).
Em sua meditação, o Santo Padre afirmou que a missão de Cristo e seus discípulos não está livre de contradições. “Hoje, o Evangelho apresenta-nos um texto exigente, no qual, com imagens fortes e grande franqueza, Jesus diz aos discípulos que a sua missão, e também a dos que o seguem, não é só ‘um mar de rosas’”, expressou.
Leão XIV recordou que a própria vida de Jesus é marcada pela rejeição e perseguição, apesar da mensagem de amor e justiça que anunciava. Assim também viveram as primeiras comunidades cristãs descritas nos Atos dos Apóstolos: pacíficas, mas alvo de hostilidade.
Neste contexto, o Papa pontuou que o bem nem sempre encontra acolhimento, mas pode gerar resistência e perseguição. Por isso, exortou os presentes à perseverança:
“Agir segundo a verdade tem um custo, porque no mundo há quem opte pela mentira e porque o diabo, aproveitando-se disso, muitas vezes procura impedir a ação dos bons. Jesus, porém, convida-nos, com a sua ajuda, a não desistir e a não nos conformarmos com esta mentalidade, mas a continuar a agir em prol do nosso bem e do bem de todos, mesmo de quem nos faz sofrer”.
Seguir a verdade exige sacrifícios
O Pontífice frisou que Cristo convida seus seguidores a não responder à prepotência com a vingança, mas a permanecer fiéis à verdade na caridade. “Os mártires dão testemunho disso derramando o seu sangue pela fé, mas também nós, em circunstâncias diferentes e de outro modo, os podemos imitar”, sublinhou.
Frente a isso, o Santo Padre apontou que seguir a verdade exige sacrifícios também na vida cotidiana. Pais que educam os filhos, professores que formam seus alunos, profissionais e políticos que agem com honestidade: todos são chamados a pagar o preço da coerência evangélica.
Leão XIV evocou as palavras de Santo Inácio de Antioquia, que a caminho do martírio em Roma escreveu: “não quero que sejais estimados pelos homens, mas por Deus; prefiro morrer em Cristo Jesus a reinar sobre todos os confins da terra”.
Ao final da reflexão, o Papa confiou todos à proteção de Nossa Senhora, pedindo que ela “nos ajude a ser, em todas as circunstâncias, testemunhas fiéis e corajosas do seu Filho”.