Mensagem

Papa: inteligência artificial ou humana só é plena no amor e em Deus

Inteligência Artificial (IA) esteve no centro da mensagem de Leão XIV enviada aos participantes do Fórum Builders IA 2025, que será concluído nesta sexta

Da Redação, com Vatican News

Foto: MASSIMO VALICCHIA / NURPHOTO / NURPHOTO VIA AFP

Quem o ser humano está se tornando através das tecnologias que construiu? É um dos pontos de reflexão do Papa Leão XIV sobre a Inteligência Artificial (IA) na mensagem lida nesta quinta-feira, 6, aos participantes do Fórum Builders IA 2025. O evento será concluído nesta sexta-feira, 7, na Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma.

O objetivo do congresso é a criação de uma nova comunidade interdisciplinar dedicada a apoiar o desenvolvimento de produtos de IA a serviço da missão da Igreja. A partir desse horizonte nasce, segundo o Papa, uma reflexão “crucial” dos tempos atuais que vai além do que a IA é capaz de fazer, mas como ela influencia a humanidade. 

Peso “ético e espiritual” da IA

O Pontífice reiterou o que já havia sido afirmado na nota conjunta dos Dicastérios para a Doutrina da Fé e para a Cultura e a Educação (Antiqua et Nova), publicada em 28 de janeiro e fruto de uma reflexão: a IA, “como toda invenção humana, nasce da capacidade criativa” que Deus instilou no homem.

A inovação, nesse sentido, pode ser considerada uma forma de “participação” no próprio ato da Criação. Como tal, o Santo Padre salientou que ela traz consigo um peso ético e espiritual, pois cada escolha projetual expressa uma visão da humanidade.

Cultivar o “discernimento moral”

Segundo o Papa, a mensagem da Igreja é clara: todos os atores envolvidos no desenvolvimento das novas tecnologias são chamados a cultivar o “discernimento moral” como parte integrante de seu trabalho, desenvolvendo sistemas que incorporem os valores da justiça, da solidariedade e do respeito autêntico pela vida.

“Vossas reflexões ao longo destes dois dias mostram que esse compromisso não pode se limitar aos laboratórios de pesquisa ou às carteiras de investimento: deve ser uma empreitada profundamente eclesial”, reforçou.

Fé e razão em diálogo

As aplicações da IA, continuou Leão XIV, podem ser múltiplas: algoritmos para a educação católica, instrumentos para uma “saúde compassiva”, plataformas criativas capazes de contar a história cristã com “verdade e beleza”.

No entanto, o Pontífice destacou que a missão continua sendo comum: “Colocar a tecnologia a serviço da evangelização e do desenvolvimento integral de cada pessoa”. Uma sinergia que, citando novamente a Antiqua et Nova, o Santo Padre frisou que deve encarnar o “diálogo entre fé e razão”, revisitado em chave digital. A inteligência, artificial ou humana, acrescentou ele, deve encontrar de fato sua plenitude “no amor, na liberdade e na relação com Deus”.

“Que vossa colaboração possa dar frutos em uma IA que reflita o desígnio do Criador: inteligente, relacional e guiada pelo amor”, finalizou.

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