ANGELUS

Leão XIV: “podemos ter esperança, Jesus nunca chama apenas uma vez”

Antes de rezar o Angelus, Papa refletiu sobre experiência que São Pedro e São Paulo realizaram com o perdão de Deus e como fiéis podem viver a conversão diariamente

Da Redação, com Vatican News

Papa Leão XIV acena para fiéis reunidos na Praça São Pedro / Foto: REUTERS/Remo Casilli

Neste domingo, 29, o Papa Leão XIV rezou o Angelus com os fiéis reunidos na Praça São Pedro. Antes da tradicional oração mariana, ele apresentou uma breve reflexão sobre São Pedro e São Paulo, celebrados neste dia 29 de junho.

O Pontífice iniciou sua reflexão recordando que a Igreja de Roma foi gerada pelo testemunho dos dois apóstolos e fecundada pelo seu sangue e pelo de muitos mártires. Olhando para os desafios do tempo presente, ele destacou que ainda hoje há cristãos que, movidos pelo Evangelho, são capazes de gestos de grande generosidade e coragem, muitas vezes à custa da própria vida.

“Existe um ecumenismo de sangue, uma unidade invisível e profunda entre as Igrejas cristãs, mesmo que não vivam ainda uma comunhão plena e visível entre si. Por isso, nesta solene festa, quero confirmar que o meu serviço episcopal é um serviço à unidade e que a Igreja de Roma está empenhada, pelo sangue dos Santos Pedro e Paulo, em servir com amor a comunhão entre todas as Igrejas”, declarou.

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Comentando o Evangelho do dia (Mt 16,13-19), o Santo Padre afirmou que a pedra da qual Pedro recebeu até mesmo o próprio nome é Cristo – “a pedra rejeitada pelos homens e que Deus fez pedra angular”. Com um olhar simbólico sobre os lugares de Roma, ele recordou que tanto a Basílica de São Pedro como a de São Paulo foram erguidas “fora dos muros” da cidade antiga. “O que hoje nos parece grandioso e glorioso, antes foi descartado, porque estava em contradição com a lógica mundana”, sublinhou.

De conversão em conversão

Seguir Jesus, prosseguiu Leão XIV, significa trilhar o caminho das bem-aventuranças, onde os pobres de espírito, os mansos, os misericordiosos e os que promovem a paz muitas vezes encontram oposição, incompreensão e até perseguição. “No entanto, a glória de Deus brilha nos seus amigos e os vai moldando, ao longo do caminho, de conversão em conversão”, pontuou.

Neste contexto, o Papa ressaltou que a santidade de Pedro e Paulo não nasceu da perfeição, mas da experiência do perdão. “O Novo Testamento não esconde os erros, as contradições, os pecados daqueles que veneramos como os maiores entre os Apóstolos. Na verdade, a sua grandeza foi moldada pelo perdão”, observou.

“O Ressuscitado foi buscá-los, mais do que uma vez, para os colocar de novo no seu caminho”, prosseguiu. “Jesus nunca chama apenas uma vez. É por isso que todos nós podemos sempre ter esperança, como também nos recorda o Jubileu”, enfatizou o Pontífice.

Por fim, o Santo Padre concluiu sua reflexão fazendo um apelo à unidade, que não é fruto de discursos, mas de práticas concretas. “A unidade na Igreja e entre as Igrejas alimenta-se do perdão e da confiança mútua, a começar pelas nossas famílias e comunidades. Porque se Jesus confia em nós, também nós podemos confiar uns nos outros, em seu nome”, finalizou.

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