AUDIÊNCIA JUBILAR

“Esperar é testemunhar que a terra pode assemelhar-se ao céu”, diz Papa

Na Audiência Jubilar deste sábado, 8, Leão XIV falou sobre a transformação vivida a partir da abertura ao Evangelho e a força da esperança e do testemunho cristão

Da Redação, com Vatican News

Papa Leão XIV cumprimenta fiéis reunidos para a Audiência Jubilar na Praça São Pedro / Foto: REUTERS/Yara Nardi

Milhares de peregrinos estiveram presentes na Praça São Pedro neste sábado, 8, para acompanhar a Audiência Jubilar com o Papa Leão XIV. O evento também integra as atividades do Jubileu do Mundo do Trabalho, inicialmente cancelado por causa da morte do Papa Francisco e remarcado para este dia após numerosos pedidos.

Leão XIV iniciou sua fala afirmando que a esperança do Jubileu nasce das surpresas de Deus. “O Ano Jubilar nos impulsiona a reconhecer essa diferença e a traduzi-la em vida. É por isso que é um Ano de graça: podemos mudar”, exclamou.

Recordando as Cartas de São Paulo aos Coríntios, o Pontífice destacou o convite do apóstolo para que percebessem como, entre eles, a terra já havia começado a se assemelhar ao céu. O Senhor une pessoas que, de outra forma, jamais teriam se encontrado e escolhe os mais humildes e menos poderosos (1Cor 1,26-27).

“Os critérios de Deus, que sempre começa pelos últimos, já em Corinto são um ‘terremoto’ que não destrói, mas desperta o mundo. A palavra da Cruz, que Paulo testemunha, desperta a consciência e desperta a dignidade de cada um”, destacou o Santo Padre.

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Esperar é testemunhar

O Papa enfatizou que esperar é testemunhar: testemunhar que tudo já mudou e nada é mais como antes. Ele citou o exemplo do Beato Isidoro Bakanja, nascido em 1885 na República Democrática do Congo, quando o país ainda era uma colônia belga. Em meio aos desafios da vida, conheceu e fez amizade com monges trapistas que eram missionários.

Ao ouvir falar sobre Jesus, o jovem aceitou seguir a educação cristã e receber o Batismo. “A partir daquele momento, seu testemunho tornou-se cada vez mais luminoso. […] Quando testemunhamos a vida nova, a luz aumenta mesmo entre as dificuldades”, sublinhou o Pontífice.

Trabalhando no campo como lavrador com patrões contrários à sua fé, o Beato Isidoro mantinha o seu escapulário com a imagem da Virgem Maria ao pescoço. Ele sofreu todo tipo de maus-tratos e torturas, mas não perdeu a esperança. Antes de morrer, disse aos monges trapistas que não guardava ressentimento algum. Aliás, prometeu rezar, na vida eterna, por aqueles que o maltrataram.

“Essa é, queridos irmãos e irmãs, a palavra da Cruz. É uma palavra vivida, que rompe a cadeia do mal. É um novo tipo de força, que confunde os soberbos e derruba os poderosos dos seus tronos. Assim surge a esperança”, salientou Leão XIV. “Esperar é testemunhar que a terra pode realmente assemelhar-se ao céu. E esta é a mensagem do Jubileu”, concluiu.

Trabalho, fonte de esperança e vida

Após finalizar sua fala, o Santo Padre saudou os peregrinos presentes na Praça São Pedro. Ao acolher os participantes do Jubileu do Mundo do Trabalho, ele apontou que o trabalho deve ser uma fonte de esperança e vida, permitindo ao indivíduo expressar sua criatividade e capacidade de fazer o bem.

“Portanto, espero um compromisso coletivo das instituições e da sociedade civil para criar oportunidades de emprego válidas que ofereçam estabilidade e dignidade, garantindo, sobretudo, que os jovens possam realizar seus sonhos e contribuir para o bem comum”, expressou o Pontífice.

Evite nomes e testemunhos muito explícitos, pois o seu comentário pode ser visto por pessoas conhecidas.

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