Cerca de mil economistas e empreendedores estão reunidos em Castel Gandolfo; Papa Leão XIV, em mensagem enviada, encorajou-os a usar a ‘economia divina’
Da redação, com Vatican News

Econosmistas de todo o mundo, incluindo o Brasil, estão reunidos no Castel Gandolfo / Foto: vinciber de Getty Images via Canva
Nesta sexta-feira, 28, na Turquia, entre Instambul e Iznik para o ponto alto de toda viagem com o Encontro Ecumênico de Oração pelos 1700 anos do I Concílio Ecumênico da história, o Papa também enviou uma mensagem aos participantes do encontro global da Economia de Francisco.
O evento intitulado “Restarting the Economy” (Reiniciar a Economia) começou nesta sexta-feira, 28, no Centro Mariapoli de Castel Gandolfo, a 35km de Roma, com cerca de mil jovens, economistas e empreendedores provenientes de 60 países, inclusive do Brasil. Durante três dias o grande grupo deve fazer tanto um balanço dos objetivos alcançados como traçar novos percursos futuros a partir da “Economia de Francisco, expressão feliz de um caminho que fecunda o pensamento e a iniciativa econômica com a semente do Evangelho, que São Francisco de Assis acolheu sine glossa e do qual o nosso amado Papa Francisco testemunhou com todas as suas forças a qualidade transformadora”, escreveu Leão XIV logo no início da mensagem:
“Sim, queridas amigas e queridos amigos, o Evangelho transfigura o trabalho humano e produz em nós mudanças com as quais a vida em abundância entra no mundo. Vocês conhecem bem tudo isso, porque em Assis vocês não apenas sonharam, mas encontraram pessoas e iniciaram projetos inspirados no Evangelho e capazes de fazer florescer até mesmo o deserto.”
Dizer não à resignação e sim ao bem comum
Leão XIV, então, compartilhou um pensamento de agradecimento ao Papa Francisco, que morreu “no dia e no perfume da Páscoa”, o que ajuda “a preservar criativamente a sua herança e compromete particularmente vocês, que tiveram uma profunda sintonia com ele, a organizar a esperança que esse caminho acendeu”. Um caminho carregado da “coragem”, sempre incentivada pelo Pontífice argentino e agora reforçada por Leão XIV, para que essa rede de amizade e trabalho seja “um ‘não’ à resignação. Vocês podem estimular muitos outros jovens a sair da indiferença ou do recinto dos objetivos pessoais e de grupo, para acolher o Reino de Deus e sua justiça através de novas maneiras de amar o bem comum. Trata-se de reacender os sonhos, de valorizar a oração, o estudo e o trabalho, o pensar juntos, como verdadeiras energias de renovação”.
Ao se direcionar à temática do encontro global, sobre reiniciar a economia, o Papa enalteceu sobre a importância de envolver nesse processo caminhos que possam “restaurar o que foi ferido”, criando espaços para que todos “respirem dignidade e esperança”, desde a casa comum à vida das pessoas, libertando-as das correntes da injustiça. E partindo justamente da periferia, de uma economia “de Francisco” despojada do privilégio e que abraça a realidade, escreveu o Papa, o compromisso com os descartados, expulsos e removidos não deve se limitar ao protesto, mas à busca de soluções, inspiradas na voz de Deus e colocadas em diálogo os amigos:
“Caros jovens, encorajo-os a mostrar com suas vidas, suas iniciativas, seus estudos, quais são as incapacidades de um sistema que aumenta as desigualdades e não consegue cuidar dos pequenos e dos fracos. Juntos, podemos acolher os sonhos de Deus e ver que eles ampliam nossos sonhos, envolvendo-nos em uma aventura de povo em que caem as barreiras e os preconceitos e se abre caminho para a paz. […] Vocês serão bons empreendedores e bons economistas se conhecerem assim a economia divina: é o segredo de tantos testemunhos que nos precederam e que ainda caminham conosco.”




