Em seu primeiro discurso às autoridades, o Santo Padre lembrou que o povo da Lituânia é capaz de acolher as diferenças
Da redação, com Vatican News
O primeiro compromisso público do Papa Francisco na Lituânia neste sábado, 22, foi o Encontro com autoridades, Sociedade Civil e o Corpo Diplomático do país báltico, realizado na Praça em frente ao Palácio Presidencial.
O Santo Padre realiza até dia 25, a 25ª Viagem Apostólica, e visitará três países Bálticos: Lituânia, Letônia e Estônia.
Antes de fazer seu discurso, o Pontífice ouviu a saudação da presidente da Lituânia, Dalia Grybauskaité: “O senhor sempre será acompanhado pela gratidão e o calor do povo lituano”, disse Dalia. “Sua Santidade, fazemos votos de saúde, tenacidade e coragem em seu caminho”, acrescentou.
Em seu discurso, o Papa lembrou que sua visita à Lituânia, acontece em um momento particularmente importante da vida do país, que celebra cem anos da declaração de independência. “Um século marcado por múltiplas provas e sofrimentos que tivestes de suportar: prisões, deportações e até o martírio. Celebrar o centenário da independência significa parar um pouco no tempo, recuperar a memória do que se viveu para tomar contacto com tudo aquilo que vos forjou como nação”, disse.
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Francisco ressaltou ainda como o povo lituano soube aceitar e acolher povos de diferentes etnias e, assim, abrigar as diferenças. “Todos encontraram, nestas terras, um lugar para viver: lituanos, tártaros, polacos, russos, bielorrussos, ucranianos, armênios, alemães…, católicos, ortodoxos, protestantes, veterocatólicos, muçulmanos, judeus viveram juntos e em paz até a chegada das ideologias totalitárias, que só semearam violência e desconfiança”, relembrou o Papa.
O Papa destacou ainda que embora não se sabe como será o futuro, é possível manter “a alma” deste país, que contribuiu para transformar a situação de sofrimento e injustiça e manter viva a sua raiz religiosa, para resistir e construir.
“Diante do cenário mundial em que vivemos, onde aumentam as vozes que semeiam divisão e contraposição – instrumentalizando a insegurança e os conflitos – os lituanos têm algo de original para oferecer: acolher as diferenças! Por meio do diálogo, abertura e compreensão, as culturas podem transformar-se em pontes de união entre o Oriente e o Ocidente Europeu”, afirmou.
O Santo Padre disse que este pode ser o fruto de uma história madura que o povo lituano oferece à comunidade internacional e à União Europeia. “Isto significa extrair força do passado para prestar atenção especial aos jovens, afim de que encontrem espaço para crescer, trabalhar e serem protagonistas da construção do tecido social e comunitário. A Lituânia, que eles sonham, é aquela que busca, constantemente, promover políticas para encorajá-los a uma maior participação na sociedade”.
Por fim, o Santo Padre expressou sua esperança de que o povo lituano possa continuar a sua ação hospitaleira com o estrangeiro, os jovens, os idosos e os pobres, cumprindo sua vocação de ser “ponte de comunhão e esperança”.
Ao término do encontro com as Autoridades, a Sociedade civil e o Corpo Diplomático, Francisco deixou o Palácio Presidencial e se dirigiu de papamóvel para a Nunciatura Apostólica de Vilnius para o almoço.
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