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ENTREVISTA

Cardeal Marengo comenta expectativa da chegada do Papa à Mongólia

O cardeal Giorgio Marengo, prefeito apostólico de Ulaanbaatar e missionário da Consolata, fala sobre a vindoura visita do Papa à Mongólia, onde ficará de 31 de agosto a 4 de setembro

Da redação, com Vatican News

Cardeal Giorgio Marengo, prefeito apostólico de Ulaanbaatar / Foto: Stefano Dal Pozzolo – via Reuters Connect

“Uma graça especial e uma grande honra”. É assim que o cardeal Giorgio Marengo define a viagem do Papa Francisco à Mongólia, que se realizará de 31 de agosto a 4 de setembro. O prefeito apostólico de Ulaanbaatar, capital do país do leste asiático, não hesita em confidenciar, em uma entrevista ao Vatican News, que “poder ter o Sucessor de Pedro entre nós é um dom imenso”.

Confira a entrevista com o religioso a seguir:

Vatican News — Eminência, o que o senhor espera da viagem deste Papa com o tema “Esperar juntos”?
Dom Marengo — Acredito que, acima de tudo, ajudará os fiéis católicos da Mongólia a se sentirem verdadeiramente no coração da Igreja. Para nós, que vivemos geograficamente em uma área muito periférica do mundo, a presença do Papa fará com que nos sintamos não distantes, mas próximos, no centro da Igreja. Além disso, será importante para o fortalecimento das relações entre a Santa Sé e o Estado da Mongólia, que já são boas.

Vatican News — Como a Igreja se preparou para acolher o Pontífice?
Dom Marengo — Com grande entusiasmo e fervor, especialmente na dimensão da oração. Essa visita é muito importante para nós e, por isso, quisemos precedê-la com a peregrinação da estátua da Virgem Maria que foi encontrada, há algum tempo, em um lixão no norte do país por uma mulher pobre e não cristã. Essa estátua visitou as várias comunidades católicas onde o Terço foi rezado para invocar bênçãos sobre essa viagem.

Vatican News — A Mongólia tem cerca de três milhões e meio de habitantes espalhados por um vasto território de mais de um milhão e meio de quilômetros quadrados. Quais são as dimensões da Igreja que o Santo Padre visitará?
Dom Marengo — Ela consiste em um rebanho muito pequeno: mil e quinhentas pessoas batizadas locais reunidas em oito paróquias e uma capela. Cinco delas estão na capital e as outras em áreas mais remotas. É uma comunidade pequena, mas muito viva.

Vatican News — Quais são as principais atividades da Igreja?
Dom Marengo — Setenta por cento das atividades da Igreja estão engajadas em projetos de promoção humana integral: da educação à saúde, incluindo o cuidado com as pessoas mais frágeis. Mas ela também se preocupa com a vida de fé, que é realizada por meio do pré-catecumenato, do catecumenato, da vida litúrgica e da catequese contínua. É um trabalho pastoral que busca enfocar, acima de tudo, a qualidade da escolha de fé das pessoas. Para fazer tudo isso, somos ajudados por cerca de setenta missionários, entre os quais há vinte e cinco padres, cerca de trinta irmãs e um bom grupo de leigos. Nessa equipe eclesial articulada, devemos contar também com dois padres locais: por enquanto são os únicos, mas tenho certeza de que aumentarão com o tempo.

Vatican News — Que desafios a Igreja na Mongólia enfrenta?
Dom Marengo — O primeiro, o mais importante, é viver de acordo com o Evangelho. O grande desafio de toda comunidade é ser discípulos e missionários. E essa consistência de vida se traduz na necessidade de um enraizamento cada vez maior na sociedade mongol, com a esperança de uma coesão mais forte da Igreja particular em torno de um projeto comum. Outro desafio é o da inculturação, que leva muito tempo porque acompanha o amadurecimento da fé em um determinado contexto cultural. Por fim, há o desafio de formar catequistas locais, agentes pastorais e, é claro, o clero local e internacional.

Vatican News — A Mongólia é uma nação na qual a maioria da população se declara budista e na qual há importantes grupos religiosos islâmicos e xamânicos. Para a Igreja local, qual é a importância do diálogo inter-religioso?
Dom Marengo — O diálogo inter-religioso sempre marcou a experiência da Igreja na Mongólia. A Igreja se encontra, também por necessidade, em uma situação de absoluta necessidade de relações com os fiéis de outras tradições religiosas. É uma dimensão fundamental que sempre nos acompanhou e que, nos últimos anos, se intensificou a tal ponto que os encontros entre líderes religiosos, que costumavam ocorrer anualmente, agora são organizados a cada dois meses. Essas reuniões, que ocorrem em Ulaanbaatar, servem para nos conhecermos melhor e compartilharmos nossas trajetórias de vida.

Vatican News — Como a Igreja da Mongólia está vivendo o caminho sinodal?
Dom Marengo — Quase espontaneamente, porque a dimensão da sinodalidade faz parte de nossa experiência eclesial. A dinâmica de consultar todos os componentes eclesiais pertence à prática desta Igreja. É bom nos sentirmos em plena harmonia com todo o mundo católico nesta fase em que a Igreja universal está fazendo uma pausa para refletir mais sobre a sinodalidade.

Vatican News — Qual é a situação social do país atualmente?
Dom Marengo — A sociedade mongol está em uma fase de grande transformação. Há um rápido avanço para modelos sociais e culturais que são novos em comparação com a tradição. É uma nação em turbulência cujo crescimento econômico também está forçando uma mudança nos estilos de vida que estão se tornando mais abertos à globalização. Esse rápido desenvolvimento traz oportunidades, mas também riscos, como deixar para trás aqueles que não conseguem acompanhá-lo ou enfraquecer certas tradições locais que, em vez disso, promovem maior coesão social. Em suma, é um país que quer mostrar ao resto do mundo seu potencial.

Vatican News — E qual é a relação entre a Igreja e a sociedade civil?
Dom Marengo — Existe um diálogo sincero. Há uma relação de enriquecimento mútuo, que se intensificou especialmente nos últimos anos. Nós, da nossa parte, tentamos garantir que nossa experiência de fé possa enriquecer a sociedade em harmonia com outras realidades religiosas. Neste sentido, gostaria de mencionar que há muitas iniciativas de colaboração que estão se mostrando muito frutíferas.

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