Na tradicional Bênção Urbi et Orbi, Francisco citou os vários conflitos mundiais e pediu a todos comprometimento pela paz
Da redação, com Boletim da Santa Sé
Como tradição, na manhã desta segunda-feira, 25, dia de Natal, Papa Francisco concedeu da sacada central da Basílica Vaticana a Bênção “Urbi et Orbi” que significa “Bênção à cidade de Roma e ao Mundo”. Na ocasião o Santo Padre, em mensagem aos fiéis presentes na Praça São Pedro, rogou pela instauração de um diálogo na Comunidade Internacional.
Direcionado ao Oriente Médio, o Papa citou o agravamento das tensões entre israelitas e palestinenses como o motivo de sofrimento de crianças, jovens e adultos que são obrigados a conviver diariamente com a guerra, a degradação humana, social e ambiental.
Leia também
.: Trump reconhece Jerusalém como a capital de Israel
“Neste dia de festa, imploramos do Senhor a paz para Jerusalém e para toda a Terra Santa; rezamos para que prevaleça, entre as Partes, a vontade de retomar o diálogo e se possa finalmente chegar a uma solução negociada que permita a coexistência pacífica de dois Estados dentro de fronteiras mutuamente concordadas e internacionalmente reconhecidas”, pediu o pontífice.
Além dos conflitos entre Israel e Palestina, Francisco citou também a guerra na Síria, Iraque, Iémen, Sudão do Sul, Somália, Burundi, República Democrática do Congo, República Centro-Africana e na Nigéria. As feridas que o ambiente hostil traz, há anos, às crianças destes países, foi observado pelo Santo Padre, que alertou sobre a necessidade de reconhecer o mesmo Jesus que nasceu há 2017 anos, também nos pequenos que vivem em zonas de guerra.
Leia também
.: Uma geração de crianças perdida pelos traumas da guerra
.: Ong distribuirá brinquedos para crianças refugiadas da guerra
.: Guerra civil na Síria: 1 milhão de crianças refugiadas
.: Guerra no Iêmen deixa 1,5 milhão de crianças passando fome
“Vemos Jesus no rosto das crianças sírias, ainda feridas pela guerra que ensanguentou o país nestes anos (…). Vemos Jesus nas crianças do Iraque, ainda contuso e dividido pelas hostilidades que o afetaram nos últimos quinze anos, e nas crianças do Iémen, onde perdura um conflito em grande parte esquecido, mas com profundas implicações humanitárias sobre a população que padece a fome e a propagação de doenças. Vemos Jesus nas crianças da África, sobretudo nas que sofrem no Sudão do Sul, na Somália, no Burundi, na República Democrática do Congo, na República Centro-Africana e na Nigéria”, afirmou o Papa.
Francisco confiou ao Deus Menino também os conflitos na península coreana, Venezuela e Ucrânia, e suscitou a necessidade, o mais depressa possível, da paz no mundo inteiro. A problemática dos migrantes e refugiados também foi sublinhada pelo Papa, que citou as condições desumanas que inúmeras famílias são submetidas ao serem forçadas a deixar seus países e a falta de abrigo internacional concedido a elas. “Jesus conhece bem a tribulação de não ser acolhido e a dificuldade de não ter um lugar onde poder reclinar a cabeça. Que o nosso coração não fique fechado como ficaram as casas de Belém”, suplicou.
Leia também
.: Às vésperas do Natal, Papa roga pela paz mundial no Ângelus
Por fim, Papa Francisco pediu a todos que se comprometam a tornar o mundo mais humano, mais digno das crianças de hoje e de amanhã, e desejou votos de boas festas. “Que o nascimento de Cristo Salvador renove os corações, suscite o desejo de construir um futuro mais fraterno e solidário, conceda alegria e esperança a todos. Feliz Natal!”, concluiu.