Angelus

Um encontro verdadeiro com Jesus nunca é esquecido, afirma Papa

Encontro com Jesus faz com que homens e mulheres conheçam seu amor e tenham o desejo de comunicá-lo, frisou Francisco no Angelus deste domingo, 17

Da redação, com Vatican News

Papa Francisco durante oração do Angelus na Biblioteca do Palácio Apostólico/ Foto: PA/Sipa USA via Reuters

O projeto de Deus para cada um é sempre um plano de amor. E ao seu chamado deve-se responder com amor no serviço a Deus e aos irmãos. Essa é a exortação feita pelo Papa antes da oração do Angelus deste domingo, 17.  Inspirado no Evangelho de João, que apresenta o encontro de Jesus com seus primeiros discípulos, Francisco convidou os fiéis a recordarem o momento do encontro derradeiro que tiveram com o Senhor. “Que a recordação daquele momento nos renove sempre no encontro com Jesus”. “Todo encontro autêntico com Jesus fica na memória viva”.

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Da Biblioteca do Palácio Apostólico, também em observância às medidas adotadas pelo governo italiano para conter a difusão do coronavírus, Francisco descreveu a cena de Jesus com dois de seus discípulos à beira do rio Jordão, um deles André. E foi o próprio João Batista – explicou – quem apontou o Messias para eles com as seguintes palavras: “Eis o Cordeiro de Deus!” Em respostas às perguntas que começaram a lhe ser dirigidas, cheias de curiosidades, Jesus não apresentou “um cartão de visitas”, mas os convidou para um encontro: “Vinde e vede!”. “Os dois o seguem e naquela tarde permanecem com Ele”.

“Não é difícil imaginá-los ali sentados, fazendo perguntas a ele e, sobretudo, ouvindo-o, sentindo que seus corações se aquecem sempre mais, enquanto o Mestre fala.  Eles sentem a beleza das palavras que correspondem à sua maior esperança. E de repente descobrem que, à medida que escurece à sua volta, explode neles, em seus corações, uma luz que somente Deus pode dar”.

Do verdadeiro encontro com Jesus não se esquece nunca

Francisco chamou então a atenção para a hora precisa deste encontro descrita por João: “Uma coisa que chama a atenção: um deles, sessenta anos depois, ou talvez mais, escreveu no Evangelho – ‘era por volta das quatro da tarde’ – escreveu a hora. E isso é algo que nos faz pensar: todo encontro autêntico com Jesus fica na memória viva, nunca é esquecido. Você se esquece de tantos encontros, mas o encontro com Jesus verdadeiro permanece sempre. E tantos anos depois eles se recordavam também da hora, não puderam esquecer aquele encontro tão feliz, tão pleno, que havia mudado a vida”.

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Quando os dois seguidos de João Batista voltam para seus irmãos, “essa alegria, essa luz transborda de seus corações como um rio caudaloso”, apontou o Santo Padre

Cada encontro com Jesus é um chamado de amor

Um dos dois, André, diz a seu irmão Simão (a quem Jesus chamará Pedro quando o encontrar): “Encontramos o Messias”. Estavam certos que Jesus era o Messias, frisou o Pontífice: “Detenhamo-nos por um momento nesta experiência do encontro com Cristo que chama a estar com Ele. Cada chamado de Deus é uma iniciativa do seu amor. É sempre Ele que toma a iniciativa. Ele o chama. Deus chama à vida, chama à fé e chama a um estado particular de vida: ‘Eu o quero aqui’.

O primeiro chamado de Deus, explicou Francisco, é para a vida: é um chamado individual, porque Deus não faz as coisas em série.  

Projeto de Deus é sempre um plano de amor

“Deus nos chama à fé e para fazer parte da sua família, como filhos de Deus. Por fim, Deus nos chama a um estado particular de vida: a doar-nos no caminho do matrimônio, no do sacerdócio ou na vida consagrada”. Segundo o Papa, essas são formas diferentes de realizar o projeto que Deus tem para cada um, um projeto que é sempre um plano de amor.

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Deus chama sempre, é o que afirmou o Santo Padre. “A maior alegria para cada crente (para cada fiel) é responder a este chamado, oferecer-se inteiramente ao serviço de Deus e dos irmãos”. Diante do chamado do Senhor, que chega “de mil maneiras”, mesmo “por meio de pessoas, acontecimentos felizes e tristes”, Francisco afirmou que, às vezes, homens e mulheres têm atitude de rejeição: “Não…“tenho medo”… Recuso porque nos parece em contraste com as nossas aspirações; e também o medo, porque o consideramos muito exigente e incômodo: ‘Oh, não conseguirei, melhor não, melhor uma vida mais tranquila. Deus lá e eu aqui’”.

O desejo do anúncio que brota do encontro com Jesus

O chamado de Deus é amor, destacou o Pontífice. De acordo com o Papa, é preciso procurar encontrar o amor que está por trás de cada chamado, e se responde a ele somente com o amor. “Esta é a linguagem: da resposta a um chamado que vem do amor, somente o amor”.

No início há um encontro, frisou o Santo Padre.  “Há o encontro com Jesus, que nos fala do Pai, nos faz conhecer o seu amor. E assim também em nós surge espontaneamente o desejo de comunicá-lo às pessoas que amamos: ‘Encontrei o Amor’, ‘encontrei o Messias’, ‘encontrei Jesus’, ‘encontrei o sentido da minha vida’. Em uma palavra: ‘Encontrei Deus'”.

“Que a Virgem Maria nos ajude a fazer da nossa vida um hino de louvor a Deus, em resposta ao seu chamado e no cumprimento humilde e alegre da sua vontade. Mas recordemos isso: (para) cada um de nós, na sua vida, (houve) um momento em que Deus se fez presente com mais força, com um chamado. Recordemo-lo. Voltemos àquele momento, para que a memória daquele momento nos renove sempre no encontro com Jesus”, concluiu.

 

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