Assembleia dos Bispos

Ser cristão exige forte experiência de encontro com Jesus, diz bispo

Dom Odelir Magri afirmou que o mundo necessita de cristãos com o “calibre” de Estevão, capazes de um testemunho corajoso e verdadeiro

Kelen Galvan
Da redação

Bispos começaram, com a Santa Missa, o sexto dia de trabalhos na Assembleia em Aparecida / Foto: Júlia Beck – Canção Nova

Nesta segunda-feira, 6, sexto dia da 57ª Assembleia Geral dos Bispos da CNBB, em Aparecida (SP), os bispos reuniram-se logo cedo, no Santuário Nacional, para a celebração da Santa Missa.

Presidida pelo bispo de Chapecó, Dom Odelir José Magri, a celebração lembrou o mês missionário extraordinário, que será celebrado em outubro deste ano.

Na homilia, o bispo apontou que o Evangelho da liturgia de hoje (cf. Jo 6,22-29) mostra que as pessoas necessitam de Jesus e O procuram. “Há algo Nele que as atrai, mas ainda não sabem exatamente porque O procuram, nem para quê. O próprio Jesus afirma: me procurais porque comestes pão e ficastes saciados”.

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.: Cobertura da 57ª Assembleia Geral da CNBB

Dom Magri afirmou que, quando buscam a Jesus, as pessoas intuem que Ele quer abrir-lhes um horizonte novo, porém, não sabem o que fazer, nem por onde começar.

“Há um desejo sincero de busca, de acertar, mas acostumados a pensar tudo a partir da lei, perguntam a Jesus: ‘Que devemos fazer para realizar as obras de Deus?’. E a resposta de Jesus toca o coração. A obra singular que Deus quer é esta: ‘que acrediteis Naquele que Ele enviou’. Deus só quer que creiam em Jesus Cristo, pois é o grande dom que Ele enviou ao mundo”, apontou.

Identidade cristã

O bispo disse ainda que, na verdade, as obras manifestam a fé que existe, antes que as obras sejam feitas. “Não estaríamos nós, hoje, precisando descobrir novamente que toda a força e originalidade da Igreja estão em crer em Jesus Cristo e segui-Lo? A identidade cristã está em aprender a viver um estilo de vida que nasce da relação viva e confiante com Jesus, o Cristo”.

Ele apontou que o cristão vai se tornando discípulo-missionário, na medida em que vai aprendendo a pensar, a sentir, a amar, trabalhar, a sofrer e a viver com Jesus. “Ser cristão exige uma forte experiência de encontro com Jesus, e uma identificação com seu projeto”.

“A identidade cristã está em aprender a viver um estilo de vida que nasce da relação viva e confiante com Jesus, o Cristo”, afirmou Dom Magri / Foto: Reprodução TVCN

Dom Magri afirmou que este é o segredo dos prodígios e do testemunho de Estevão, como relata a primeira leitura de hoje. Conduzido ao Sinédrio e acusado por falsas testemunhas, não conseguiram resistir à sabedoria e ao espírito com que ele falava.

“Necessitamos, portanto, hoje de cristãos com o calibre de Estevão. De homens e mulheres cheios de fé e o Espírito Santo, capazes de um testemunho corajoso e verdadeiro, a partir do encontro com Jesus”, destacou.

O bispo ressaltou que é daqui que nasce toda a força da missão. “A missão é uma só e nasce do amor fontal do coração da Trindade. Deus é uma fonte inesgotável de amor que se irradia e transborda em todo o universo, alcançando cada um de nós pela sua graça misericordiosa”.

Mês missionário extraordinário

Ele lembrou que em outubro deste ano, a Igreja celebrará o mês missionário extraordinário, convocado pelo Papa Francisco para reavivar a consciência batismal do povo de Deus. Traduzido no tema: “Batizados e enviados: a Igreja de Cristo em missão no mundo”.

Dom Magri explicou que o objetivo deste mês será despertar a consciência da missão ad gentes e retomar com novo impulso a transformação missionária da vida e da pastoral. Algo que está em sintonia com a solicitude pastoral do Papa Bento XV na proclamação de sua Carta Aposólica Maximum Illud.

Em outubro, cada diocese do mundo, celebrará o mês missionário extraordinário, convocado pelo Papa Francisco / Foto: Júlia Beck – Canção Nova

E isso com a vitalidade missionária expressada pelo Papa Francisco na Evangelii Gaudium: “A ação missionária é o paradigma de toda obra da Igreja” (EG 15). Trata-se de “pôr a missão de Jesus no coração da Igreja, transformando-a em critério para medir a eficácia de suas estruturas, os resultados de seu trabalho, a fecundidade de seus ministros e a alegria que eles são capazes de suscitar. Porque sem alegria não se atrai ninguém” (Papa Francisco na reunião do CELAM, em 2017).

O grupo de trabalho nomeado pela presidência da CNBB apresentou propostas para as Comissões Episcopais Pastorais e organismos de comunhão e participação. Assim, o projeto para o Mês Missionário Extraordinário convocado pelo Papa terá grande relevância eclesial para todos os sujeitos da missão.

O bispo explicou que no final da celebração, cada bispo referencial da comissão para a ação missionária de cada regional da CNBB receberá um kit com a réplica da Cruz Missionária do 5º Congresso Missionário Americano, o guia missionário e a bandeira com a logo.

Segundo ele, o material também será distribuído para cada diocese e prelazia.

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