Recordando o encontro dos discípulos com a presença real de Cristo ressuscitado, Papa destacou a sacralidade do corpo e da alma
Da redação, com Boletim da Santa Sé
Na oração mariana do Regina Coeli neste domingo, 15, o Papa Francisco lembrou a experiência que os apóstolos tiveram ao se depararem com a presença real de Cristo ressuscitado, que se manifesta aos seus discípulos com a vigorosa saudação “A paz esteja convosco”. Esta foi uma ocasião para o Papa refletir sobre a sacralidade do corpo e da alma.
“Este episódio narrado pelo evangelista Lucas insiste muito no realismo da ressurreição. Jesus não é um fantasma, não se trata da aparição da alma de Jesus, mas de sua real presença com o corpo ressuscitado”, frisou.
Os apóstolos, porém, sentem-se perturbados por aquela aparição, pois a realidade da ressurreição soa inconcebível a eles. “Vede minhas mãos e meus pés”, diz Jesus aos apóstolos. Francisco destacou que a insistência de Jesus sobre a realidade de sua ressurreição ilumina a perspectiva cristã sobre o corpo. “O corpo não é um obstáculo ou uma prisão da alma. O corpo é criado por Deus e o homem não é completo se não está em união de corpo e alma”, acrescentou o Papa.
Francisco explicou que a vitória de Cristo sobre a morte e a sua ressurreição em corpo e alma leva a entender que se deve ter uma ideia positiva do corpo, que pode ser um instrumento de pecado, mas o pecado não é provocado pelo corpo. “O pecado não é provocado pelo corpo, mas sim por nossa fraqueza moral. O corpo é um dom maravilhoso de Deus, destinado, em união com a alma, a expressar em plenitude a imagem e semelhança Dele. Portanto, somos chamados a ter grande respeito e cuidado pelo nosso corpo e pelo dos outros. Toda ofensa ou ferida, ou violência ao corpo do nosso próximo é uma ofensa a Deus Criador”, disse.
Ao final deste Regina Coeli, Francisco não deixou de mencionar o ataque contra a Síria, realizado na sexta-feira, 13, e apelou pela paz na região. “Estou profundamente transtornado com a atual situação mundial em que, não obstante os instrumentos à disposição da comunidade internacional, não se consegue concordar uma ação comum a favor da paz na Síria e em outras regiões do mundo”, disse.