Após o Angelus, Francisco pediu orações pelo Sudão, país africano dilacerado por um conflito que já dura mais um ano e fez novo apelo pela paz nos países que vivem em guerra
Da redação, com Vatican News
Após o Angelus deste domingo, 2, o Papa Francisco, mais uma vez, fez um pedido de oração pelos países que vivem em guerra. O Pontífice voltou seu olhar para o Sudão e para todos os lugares onde ainda se escuta o barulho das armas:
“Peço-lhes que rezem pelo Sudão, onde a guerra que dura há mais de um ano ainda não encontrou uma solução de paz. Silenciem as armas e, com o empenho das autoridades locais e da comunidade internacional, levem ajuda à população e aos muitos deslocados; que os refugiados sudaneses encontrem acolhida e proteção nos países vizinhos.”
O apelo aos governantes
O Santo Padre também se dirigiu diretamente aos líderes políticos de todo o mundo, para que se esforcem em alcançar a paz, especialmente nos países que o Papa frequentemente menciona:
“E não nos esqueçamos da martirizada Ucrânia, da Palestina, de Israel e de Mianmar. Faço um apelo à sabedoria dos governantes para que a escalada cesse e se empenhem no diálogo e na negociação.”
A tragédia no Sudão
O Sudão, mencionado por Francisco, está passando por uma crise humanitária dramática desde abril de 2023 como resultado da guerra. A principal causa do conflito no país, que já ceifou milhares de vidas e deslocou milhões de pessoas e refugiados, é a oposição entre o exército do general Abdel Fattah al-Burhane e as forças paramilitares de Suporte Rápido (RSF), sob o comando do general Mohamed Hamdane Daglo.
De acordo com organizações internacionais, isso está causando “um cenário de pesadelo” no qual a fome se espalhará por grande parte do país.
Cada vez mais pessoas fugirão para os países vizinhos em busca de meios de subsistência e segurança, explica o Comitê Permanente Interagências da ONU (IASC), e muitas crianças sofrerão com doenças e desnutrição.
O apelo do fórum de coordenação humanitária, para o país onde 18 milhões de pessoas passam fome e 3,6 milhões de crianças sofrem de desnutrição, é por um cessar-fogo imediato, pela proteção dos civis e pelo fim das violações dos direitos humanos, bem como pelo “acesso desimpedido por todas as rotas de fronteira” para a chegada de ajuda humanitária.