Catequese

Sem o Espírito Santo a Igreja não pode ir em frente, indica Papa

Francisco retomou nesta quarta-feira, 7, as Audiências Gerais; Pontífice continuou a reflexão sobre o Espírito Santo, começando pelo ato da Criação e passando ao Novo Testamento

Da redação, com Vatican News

Papa durante Audiência Geral desta quarta-feira, 7/ Foto: IPA/ABACA via Reuters

Na manhã desta quarta-feira, 7, o Papa Francisco retomou as tradicionais Audiências Gerais – suspensas desde 26 de junho devido à habitual pausa de verão. Com milhares de fiéis e peregrinos presentes na Sala Paulo VI, o Santo Padre deu continuidade ao ciclo de catequeses sobre “O Espírito e a Esposa. O Espírito Santo conduz o povo de Deus ao encontro de Jesus, nossa esperança”, passando da leitura da Criação à do Novo Testamento.

“O tema de hoje é o Espírito Santo na Encarnação do Verbo”, introduziu o Pontífice, dedicando sua reflexão a Maria, esposa do Espírito e figura da Igreja, que do Espírito recebe a força para anunciar a Palavra de Deus após tê-la acolhido.

Maria concebeu pela ação do Espírito Santo

Francisco parte do dado fundamental da fé estabelecido pela Igreja no Concílio Ecumênico de Constantinopla do ano 381, que definiu a divindade do Espírito Santo. Este artigo entrou na fórmula do “Credo”, recitado em cada Missa: o Filho de Deus “se encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e se fez homem”, e completou:

“É, portanto, um fato ecumênico de fé, porque todos os cristãos professam juntos esse mesmo Símbolo de fé. A piedade católica, desde tempos imemoriais, hauriu dela uma das suas orações diárias, o Angelus.” 

Segundo o Pontífice, trata-se do artigo de fé que permite falar de Maria como a Esposa por excelência, que é figura da Igreja. A Lumen gentium, observa o Papa, retoma esse paralelismo entre Maria que gera o Filho “envolvida pelo Espírito Santo” e a Igreja “que contempla a sua santidade misteriosa e imita a sua caridade, cumprindo fielmente a vontade do Pai, torna-se também, ela própria, mãe, pela fiel recepção da palavra de Deus: efetivamente, pela pregação e pelo Batismo, gera, para vida nova e imortal, os filhos concebidos por ação do Espírito Santo e nascidos de Deus.”

Anunciar Cristo e a sua salvação 

O Santo Padre sublinha que, assim como a Virgem primeiro acolheu em si Jesus para depois dá-lo à luz, também a Igreja primeiro deve acolher a Palavra de Deus para depois dá-la à luz com a vida e a pregação. Como Maria, que perguntou ao anjo que lhe anunciava a maternidade “como é possível isso?”, recebendo a resposta “o Espírito Santo descerá sobre ti”, assim “também à Igreja, diante de tarefas superiores às suas forças, surge espontaneamente a mesma pergunta”:

“Como é possível anunciar Jesus Cristo e a sua salvação a um mundo que parece procurar apenas o bem-estar neste mundo? A resposta ainda é a mesma de então: ‘Descerá sobre vós o Espírito Santo e vos dará força; e sereis minhas testemunhas’ (At 1,8). Sem o Espírito Santo, a Igreja não pode ir em frente, a Igreja não cresce, a Igreja não pode pregar.”

Saudação aos fiéis

E não apenas a Igreja, mas cada batizado, enfatiza Francisco, às vezes se pergunta “como posso enfrentar esta situação?”. Ajuda, nestes casos, recordar e repetir para si mesmo o que o anjo disse à Virgem antes de a deixar: “Para Deus, nada é impossível”.

“Irmãos e irmãs, retomemos então também nós, sempre, o nosso caminho com esta reconfortante certeza no coração: “Nada é impossível para Deus”. E se nós acreditarmos nisso, faremos milagres. Nada é impossível para Deus.”

 

Reportagem do vídeo acima de  Luciane Marins
Imagens de TV Canção Nova e Vatican News

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