Na catequese desta quarta-feira, 29, Francisco falou de um tema “difícil, mas importante”: o da justificação; “Se a justificação é a consequência da misericórdia de Deus, sejamos misericordiosos para com o próximo”
Da redação, com Vatican News
O Papa Francisco se reuniu na manhã desta quarta-feira, 29, com milhares de fiéis na Sala Paulo VI para a Audiência Geral. Após recordar sua viagem a Budapeste e Eslováquia na semana passada, a catequese de hoje retomou o ciclo sobre a Carta aos Gálatas. O Pontífice comentou um tema que ele mesmo definiu como “difícil, mas importante”: o da justificação.
“O que é a justificação? Nós, como pecadores, nos tornamos justos. Quem nos fez justos? Este processo de transformação é a justificação. Nós, diante de Deus, somos justos”, disse o Santo Padre. Francisco explicou que todos são pecadores, mas na base são justos, e quem justificou homens e mulheres foi Jesus Cristo.
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A bondade de Deus
Paulo insiste no fato de que a justificação vem da fé em Cristo. No seu pensamento, a justificação é a consequência da “misericórdia de Deus que oferece o perdão”. “E este é o nosso Deus, assim tão bom! Misericordioso, paciente e repleto de misericórdia, que continuamente oferece o perdão. Continuamente”, frisou o Papa.
Através da morte de Jesus, Francisco ressalta que Deus destruiu o pecado e deu o perdão e a salvação de uma forma definitiva. Assim justificados, o Pontífice sublinhou que os pecadores são acolhidos por Deus e reconciliados com Ele.
“É como um regresso à relação original entre o Criador e a criatura, antes que interviesse a desobediência do pecado. Portanto, a justificação que Deus realiza permite que recuperemos a inocência perdida com o pecado. E isto ocorre por pura graça, não por nossos méritos. Cristo pagou por todos nós, através de sua morte e ressurreição”, revelou.
Responder ao Amor com amor
Todavia, isso não significa que, para Paulo, a Lei mosaica já não tenha valor; pelo contrário. Inclusive para a vida espiritual, segundo o Santo Padre, é essencial observar os mandamentos.
Não se pode confiar na própria força: a graça de Deus que a humanidade recebeu em Cristo é fundamental. “Dele recebemos aquele amor gratuito que nos permite, por nossa vez, amar de modo concreto”, reforçou.
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Para o Papa, a resposta da fé exige que homens e mulheres sejam ativos no amor a Deus e no amor ao próximo. Isso requer colaboração, conjugar a graça recebida com obras de misericórdia.
Francisco citou novamente o estilo de Deus, que resumiu em três atitudes: proximidade, compaixão e ternura.
“E a justificação é justamente a maior proximidade Deus para conosco, homens e mulheres, a maior compaixão de Deus para conosco, homens e mulheres, a maior ternura do Pai. A justificação é este dom de Cristo, da morte e ressurreição de Cristo que nos torna livres. (…) Permitam-me a palavra: somos santos na base. Mas depois, com a nossa obra, nos tornamos pecadores. Mas na base somos santos.”
O Pontífice concluiu: “Vamos em frente com esta confiança: todos fomos justificados, somos justos em Cristo. Devemos aplicar aquela justiça com as nossas obras.”
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A proteção dos Santos Arcanjos
No final da Audiência, em sua saudação em várias línguas, o Papa recordou hoje a memória litúrgica dos Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael.
“Confiemo-nos de modo especial à proteção dos santos Arcanjos: Miguel que combate satanás e os espíritos malignos; Gabriel que leva a boa nova do Senhor; e Rafael que cura e acompanha na busca do bem. Com a sua ajuda, sejam também vocês mensageiros da graça e da misericórdia do Senhor.”
Paz na Nigéria
Francisco fez também um apelo em prol da paz na Nigéria, depois dos ataques domingo passado contra os vilarejos de Madamai e Abun, no norte do país. “Rezo por quem perdeu a vida, por quem ficou ferido e por toda a população nigeriana. Faço votos de que seja sempre garantida no país a incolumidade de todos os cidadãos.”