Em 2025, dia de celebração da Páscoa coincidirá para católicos e ortodoxos, que seguem os calendários gregoriano e juliano; Francisco recebeu grupo “Páscoa Together 2025” no Vaticano
Da redação, com Vatican News
O Papa Francisco recebeu em audiência, no Vaticano, nesta quinta-feira, 19, uma delegação do grupo “Páscoa Together 2025” (Páscoa Juntos 2025) que reúne realidades e comunidades de diferentes confissões cristãs com o objetivo de convidar as Igrejas a celebrar a Páscoa numa data comum.
O ano de 2025, “que para a Igreja Católica será um jubileu ordinário, a celebração da Páscoa, devido à coincidência dos calendários, será comum a todos os cristãos. É um sinal importante, ao qual se acrescenta o aniversário dos 1700 anos da celebração do primeiro Concílio Ecumênico, o de Nicéia, que, além de promulgar o Símbolo da Fé, também tratou da questão da data da Páscoa, devido às diferentes tradições existentes na época”, escreve o Papa no texto entregue aos membros do grupo “Páscoa Together 2025”.
O grupo está envolvido em diferentes campos, como por exemplo, o da política e da preparação do próximo Segundo Milênio da Redenção – em 2033 – e em outras iniciativas semelhantes. Em todos esses campos, os membros buscam projetos comuns. “Eu os parabenizo e os incentivo a continuar, especialmente porque isso expressa o desejo de não deixar passar em vão a importante oportunidade que 2025 nos oferece”, escreve Francisco.
O Santo Padre recorda que em mais de uma ocasião lhe foi pedido para buscar uma solução “de modo que a celebração comum do Dia da Ressurreição não seja mais uma exceção, mas se torne uma normalidade”. “Encorajo, portanto, aqueles que estão comprometidos neste caminho a perseverar e a fazer todos os esforços na busca de uma comunhão possível, evitando tudo o que possa levar a mais divisões entre os irmãos”.
Páscoa para além do calendário
O Santo Padre recorda que a Páscoa não acontece por “nossa iniciativa” ou devido a um ou outro calendário: o acontecimento pascal ocorreu porque «Deus amou de tal forma o mundo, que entregou o seu Filho único, para que todo o que nEle acredita não morra, mas tenha a vida eterna». Deste modo, Francisco convida os fiéis a não esquecerem da primazia de Deus.
Não se fechar “em nossos esquemas, em nossos projetos, em nossos calendários, em ‘nossa’ Páscoa”. “A Páscoa é de Cristo! Nos faz bem pedir a graça de sermos cada vez mais seus discípulos, deixando que seja Ele a nos indicar o caminho a seguir e aceitando humildemente o convite, feito um dia a Pedro, de seguir os seus passos, e não pensar segundo os homens, mas segundo Deus”, frisa.
O Pontífice convida a refletir, compartilhar e planejar juntos, mantendo Cristo diante de nós, gratos pelo chamado que Ele nos dirigiu e desejosos de nos tornarmos, na unidade, suas testemunhas, para que o mundo creia”. “Precisamos caminhar juntos e, para isso, precisamos partir novamente, como os Apóstolos, de Jerusalém, lugar de onde o próprio anúncio da Ressurreição se espalhou pelo mundo”, sublinha. Francisco exorta a voltar lá “para pedir ao Príncipe da Paz para que nos dê hoje a sua paz”.