Francisco recebe o Presidente da República italiana e fala sobre liberdade religiosa

Questões como a crise europeia e as boas relações entre Itália e Santa Sé, também foram assuntos no encontro

Da redação, com Rádio Vaticano

O Papa Francisco recebeu na manhã deste sábado, 8, no Vaticano, o Presidente da República Italiana, Giorgio Napolitano. A liberdade religiosa, a crise europeia e a fé do povo italiano foram tratadas na visita.

O Pontífice ressaltou durante o encontro que a visita presidencial confirma a normalidade e a excelência das relações entre Itália e Santa Sé, inserida numa história de longas relações. Estas, segundo o Papa, se desenvolveram especialmente depois da Conciliação e a inserção dos Pactos Lateranenses na Constituição italiana, o que representa uma nova ótica depois do Concilio Ecumênico Vaticano II e do Acordo de Revisão da Concordata

“Na Itália, a colaboração entre Estado e Igreja, sempre voltada para o interesse do povo e da sociedade, se realiza na relação cotidiana entre os órgãos públicos e da comunidade católica, representada pelos bispos e seus organismos, de uma forma muito especial pelo Bispo de Roma. Assim, esta primeira visita do Presidente ao Papa, depois de sua participação na missa de início do ministério petrino, pode ser expressa de forma eficaz com a imagem das duas colinas, o Quirinal e o Vaticano que se olham com estima e simpatia”, disse o pontífice.

O Papa lembrou que este ano celebra-se o XVII centenário do Edito de Milão, visto por muitos, como símbolo da primeira afirmação do princípio da liberdade religiosa. Segundo Francisco, há um século a celebração deste aniversário representou uma etapa no processo histórico, favorecendo a tomada de consciência e a contribuição dos católicos na construção da sociedade italiana. Uma contribuição que, segundo ele, continua sendo importante para o progresso da nação.

Falando sobre a liberdade religiosa, o Papa destacou que ela é muitas vezes violada e submetida a vários tipos de ameaças. “As ofensas graves contra esse direito primário são fontes de preocupação e precisa da reação unânime dos países do mundo em reafirmar, contra todo atentado, a dignidade inviolável da pessoa humana”, disse.

“É um dever de todos defenderem a liberdade religiosa e promovê-la para todos”, afirmou o Pontífice. Segundo ele, na proteção partilhada desse bem moral se encontra também a garantia de crescimento e desenvolvimento de toda a comunidade.

De acordo com o Santo Padre, num momento de crise como o atual é urgente que possa crescer, sobretudo entre os jovens, uma nova consideração do compromisso político. Para ele, os fiéis e os não fiéis devem, juntos, colaborar para a promoção de uma sociedade em que as injustiças possam ser superadas, toda pessoa seja acolhida e possa contribuir para o bem comum.

No fim do discurso, o Papa lembrou que nunca se deve perder a esperança, conforme assegura a fé, mesmo na esfera civil. Para Francisco, o povo italiano deve superar todas as divisões e crescer na justiça e na paz, continuando a desempenhar o seu papel único no contexto europeu e na família das nações. E ainda segundo o Pontífice, os italianos podem fazê-lo apoiados pela rica tradição cristã e nos exemplos de seus santos patronos Francisco de Assis e Catarina de Sena.

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